Chat Planeta terra é a nossa Casa

23 de julho de 2007

Controle no zôo de SP motivou matança de animais, crê polícia

Controle no zôo de SP motivou matança de animais, crê polícia
Publicidade

on error resume next
ShockMode = (IsObject(CreateObject("ShockwaveFlash.ShockwaveFlash.6")))
SÍLVIA CORRÊAFABIANE LEITEda Folha de S.PauloA implantação de controles que passaram a dificultar de pequenos desvios a grandes fraudes no Zoológico de São Paulo é a explicação mais provável para a motivação do envenenamento que causou a morte de pelo menos 73 animais da instituição desde 24 de janeiro.
Com interesses contrariados --e lucros reduzidos--, algumas pessoas puseram em prática um cuidadoso plano de vingança. É nessa direção que se concentram quase todos os indícios coletados até agora pela Polícia Civil paulista e as apostas dos próprios membros do comando da fundação.
A direção do zôo começou a ser alterada em fevereiro de 2001, processo que culminou com a troca do diretor-presidente da instituição em julho daquele ano. De lá para cá, um conjunto de cinco medidas foi gradualmente adotado para reformular gastos, criar controles e barrar sucessivas irregularidades na fundação. As cinco principais ações foram:contagem e cadastro dos bichos, com a adoção de anilhas fechadas, tatuagens ou implantação de microchips em todo o acervo; impedimento de entrada de animais apreendidos sem autorização; proibição de doação de excedentes a criadouros comerciais e necessidade de aprovação de todas as doações por um conselho; revisão de contratos de fornecimento de produtos e serviços, com controle de estoque; implantação do PAP (Programa de Aprimoramento Profissional), que abriu as portas do zôo a dezenas de novos profissionais a cada ano.Listadas assim, as ações parecem simples.
Mas o fato é que, antes delas, é quase inimaginável como era a vida zoológico adentro, inclusive durante a gestão Mário Covas-Geraldo Alckmin (1995-2002), segundo relatos feitos à Folha por membros do próprio governo tucano. Naquela época, a fundação era vinculada à Secretaria Estadual de Esportes e Turismo, cujo então titular, Marcos Arbaitman, mantinha um assessor dentro dos limites do parque.Setor extra: o favelãoA falta de contagem e de cadastro dos animais criou, ao longo dos anos, o que funcionários do alto escalão do parque definiram à reportagem como "favelão".Eles se referem ao setor extra, nome dado à área que abriga todos os animais que não estão no percurso de exposição (4 km) por motivos diversos --excesso de espécies, doença, reprodução etc.-- e que, coincidência ou não, registrou a maior parte das mortes por envenenamento neste ano.
Não havia no local nenhum controle de quais eram nem de quantos eram os bichos lá estocados --o que significa que não havia regras de reprodução nem registros de entrada e de saída.Na prática, o descontrole servia a interesses tão definidos quanto escusos. Para alguns, o zôo era uma grande incubadora --eles lá criavam, alimentavam e reproduziam suas espécies, à custa basicamente do dinheiro público, vendendo depois os bichos (em geral, aves), em proveito próprio.Outros usavam o parque para "esquentar" animais. Ou seja: capturados clandestinamente, muitas vezes sob encomenda, os bichos eram introduzidos irregularmente no estoque do zôo e, de lá, doados a criadores --inclusive os classificados como comerciais.Na doação, porém, o crime inicial --roubo, caça clandestina, tráfico ou qualquer outro-- sumia, pois na ficha do animal passava a figurar uma origem bem conhecida: o Zoológico de SP.Em 2001, a primeira contagem feita no acervo pela atual gestão do parque indicou que havia 4.500 bichos no zôo, 30% deles sem origem declarada. Do total, 2.000 estavam no setor extra --44% do acervo--, mas a área guardava mais da metade dos clandestinos do parque. Em 31 de dezembro de 2003, o acervo da fundação já caíra a 4.081 animais e apenas 29% deles estavam no setor extra (1.200), número que deve ser menor no final deste ano.Em meados da década de 90, o descontrole era tanto que os funcionários justificam o inchaço do setor extra dizendo que os animais eram arremessados para dentro do parque pelos muros da fundação. Nos últimos três anos, porém, desde que o acervo foi totalmente catalogado, nenhum espécime apareceu pelo muro.Hoje, as aves recebem anilhas nas patas ainda filhotes. Quando crescem, os anéis de identificação já não saem mais de seus corpos.
Os répteis estão tatuados, e os mamíferos, chipados --procedimento já adotado em cerca de 80% dos exemplares do acervo.Novatos e a greveInteresses diversos não foram contrariados apenas com o cadastramento e as regras de entrada e saída dos bichos. Fornecedoras de serviço e produtos ao zôo há mais de 20 anos, muitas empresas tiveram de passar por licitação e perderam, permitindo uma redução de cerca de 20% nos custos de manutenção do parque.Mais: acostumados a fazer a feira na despensa do zoológico --levando até remédios para casa--, muitos trabalhadores tiveram de abandonar o hábito, já que o estoque passou a ser controlado.Para os funcionários, porém, houve uma mudança ainda mais radical. Conhecida pela baixa rotatividade de seus empregados --o tempo médio de casa é superior a dez anos--, a fundação abriu as portas a profissionais recém-formados na área de biociências (veterinários, biólogos e zootécnicos) e deu a eles funções de confiança na administração.Os 14 PAPs, como são chamados --uma referência às iniciais do Programa de Aprimoramento Profissional--, se opuseram a velhas práticas de gestão e, num momento crucial, mantiveram o zôo aberto mesmo sem 70% dos 231 celetistas: chefiando 11 presos reeducandos e 25 estagiários, os PAPs assumiram áreas desfalcadas durante os cinco dias da primeira greve da história da fundação, em junho de 2003.Os suspeitosCruzados esses ingredientes com fichas funcionais, escalas de plantão, conhecimento do parque, antecedentes pessoais e acesso de cada um dentro das instalações, a Polícia Civil listou dez principais suspeitos das mortes dos 73 animais envenenados.São pessoas que ainda trabalham no zôo e ex-funcionários. Seriam alguns dos beneficiados pelas irregularidades incorporadas havia décadas ao cotidiano da instituição. Em fevereiro, 16 trabalhadores foram afastados do contato com os animais.Os assassinos agiram em grupo, não há dúvida. Com um veneno incolor, inodoro, insípido e hidrossolúvel, aparentemente não queriam deixar rastros, mas foram atropelados pela ousadia: despertaram a suspeita de crime ao atacar, em série, exatamente as maiores atrações do parque.Mesmo com a repercussão do caso, o zôo sustenta que, descontada a perda dos animais, não teve até agora outros prejuízos. Apesar de o número absoluto de visitantes ter sido menor na comparação de fevereiro passado com o mesmo mês de 2003 --36.803 contra 52.228--, a fundação atribui a queda ao número de "dias úteis" --com sol e parque aberto-- registrado neste ano: 14 contra 22.Especial
Saiba mais sobre as mortes no zôo


Experimentar a beleza
Nosso mundo é um lugar fascinante e bonito, enchido com muitas maravilhas da natureza, da cultura e mesmo de estruturas sintéticas.
Ser espantado pelos megastructures que seemingly defy leis da natureza e compreendem os funcionamentos intricados do infrastructure de cidades grandes como New York. Awed pela beleza natural do paradise Tailândia, ou aprender mesmo sobre fazer do vinho!
Enthralled por esta série de 8 porções, mundo da maravilha, trazido a você por Airways Thai.
Travar o
mundo da maravilha na canaleta geográfica nacional que começa cada

Defendas as Baleias

http://www.whales.greenpeace.org/br Clique aqui e ajude-nos a defender as baleias

WWF-Brasil

http://www.wwf.org.br Clique aqui e descubra como a WWF-Brasil cuida do ambiente onde o bicho vive. O Bicho-homem