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28 de outubro de 2008

Pre- Historia

Pré-História e Primeiras Civilizações
PRÉ-HISTÓRIA:
Definição Geral:


Na sua definição estrita, considera-se arte pré-histórica as manifestações que existiram antes do advento da escrita no planeta como um todo.

Isso pressupõe, como se pode imaginar, uma heterogeneidade que dificilmente pode ser submetida a uma classificação dentro de características uniformes, como se se tratasse de um movimento artístico dentro da história da arte.

De fato, é valido perguntar a partir de que momento começou a existir uma arte pré- histórica e quais são as manifestações que devem ser analisadas como tal.


Nesse contexto, a produção do homem pré- histórico, pelo menos a que foi encontrada e conservada, é representada por objetos em grande parte portadores de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa:

ferramentas, armas ou figuras com uma simbologia específica. No entanto, seu estudo e a comparação entre elas permitiram constatar que já existiam então noções de técnica, habilidade e desenho, embora não se possa separar o conceito de arte, em praticamente nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religião.


A arte pré-histórica surgiu na Europa aproximadamente no ano 25000 do período paleolítico (40000 - 8000 a.C.), estendendo- se até o mesolítico (8000 - 5000 a.C.), ao neolítico (5000 - 3000 a.C.) e à idade do ferro (3000 a.C.), na qual iniciou-se a arte proto-histórica, caracterizada por manifestações artísticas muito mais concretas.

Isso sempre em relação à Europa, pois é preciso lembrar que no Oriente, a partir do ano 5000 a.C., existiam culturas com um alto grau de civilização, que já tinham iniciado sua história.


As áreas da Europa de maior concentração de vestígios pré-históricos correspondem à Espanha, ao centro e ao sul da França e ao sul da Itália. Destaca-se em importância, pela quantidade e qualidade dos achados, a região franco-cantábrica, onde estão localizadas as famosas cavernas de Castilho, Altamira e Lascaux, entre outras.

Nelas foi descoberta uma quantidade considerável de pinturas rupestres em bom estado de conservação. Tal fato pode ser atribuído em parte à alta densidade demográfica dessas regiões durante o paleolítico médio.
"Caçadores"/Valência
Pintura:
A pintura pré-histórica recebeu o nome de arte rupestre ou parietal pelo fato de ter se desenvolvido quase que exclusivamente em paredes de pedra, no interior de cavernas e grutas e, com menor freqüência, fora delas.

É curioso notar que essa pintura passou por uma evolução muito semelhante à experimentada pela pintura histórica. As primeiras manifestações, de caráter naturalista, foram evoluindo até chegar à abstração total de formas no seu último período.

As pinturas do paleolítico (25000 a.C. - 8000 a.C.) concentraram-se em três temas principais: a representação de animais, (principalmente cavalos e bisões e, em menor número, cervos, leões, mamutes e touros); o desenho de signos, cujo verdadeiro significado ainda se desconhece, apesar das diferentes hipóteses; e a figura humana, tanto masculina quanto feminina, ou em combinação com formas animais.

As cores empregadas foram o preto e as tonalidades avermelhadas, ocres e violáceas, que são as mais fáceis de se obter na natureza.
Avançando em direção ao mesolítico (8000 a.C.), surgem os seixos pintados, ou amuletos, com símbolos e cercaduras, entre geométricas e abstratas.

Já no neolítico (5000 a.C. - 3000 a.C.), além das primeiras peças de cerâmica decoradas, encontram-se verdadeiras cenas murais que documentam a vida de então. Pelo estudo dos desenhos, pode-se deduzir que o homem pré-histórico não só pintava com os dedos, mas também com pincéis e espátulas, além de empregar um sistema de nebulização para obter os sombreados de mão em negativo.

Por volta do ano 2000 a.C., em plena idade do bronze, produziu-se uma evolução cuja tendência era voltada para a abstração, principalmente nas representações rupestres. As figuras, signos e símbolos atingiram um nível muito próximo ao da escrita.

No decorrer dos períodos pré-histórico e proto-histórico, a pintura cumpriu diferentes funções, seja como parte de um ritual religioso ou mágico, na representação e celebração da fecundidade, seja com relação ao culto totêmico aos antepassados.

"Bisão" / Font-de-Gaule,França
Escultura:
A escultura da pré-história corresponde à chamada arte móvel e abrange tanto os objetos religiosos e artísticos quanto os utensílios. A temática dessa disciplina não fugiu dos conceitos pictóricos: animais e figuras humanas. Os gêneros desenvolvidos foram a estatueta e a gravação, tanto em pedras calcárias quanto em argila ou madeira queimada.

Os utensílios utilizados na tarefa de modelagem eram de pedra, sendo muitos deles decorados com asas modeladas como se fossem estatuetas.
As figuras femininas foram mais numerosas, sem dúvida devido à sua clara relação com o culto à fecundidade.

Todos os objetos encontrados, a maior parte pertencente ao período paleolítico (25000 a.C. - 8000 a.C.), mostram uma desproporção deliberada entre os genitais e as demais partes do corpo, o que reforça a teoria de mulher-mãe-natureza. Essas estatuetas são conhecidas entre os especialistas como Vênus Esteatopígeas. Entre elas, as mais famosas são a Vênus de Lespugne, na França, e a Vênus de Willendorf, na Áustria.


As gravações repetem os esquemas e motivos da modelagem, ressalvando- se, entretanto, que as representações costumam ser de tamanho maior.

Uma das características mais evidentes dessas manifestações paleolíticas é que as figuras representadas são verdadeiras adaptações das formas naturais da pedra, fato que deve ter desafiado a imaginação do artista, mas que com certeza lhe poupou trabalho na etapa de modelagem.


No período neolítico (5000 a.C.-3000 a.C.), o homem já conhece o fogo e especializa-se na combinação de materiais. A comprovação desse fato são as peças de cerâmica cozida, em forma de vasos e conchas, com cercaduras decorativas de motivos geométricos gravadas na superfície.

A partir da idade do bronze alcançou-se uma diversificação muito grande na arte da cerâmica, em razão da importância que esses artefatos tinham como utensílios domésticos e recipientes para o transporte de alimentos.

"Estatueta"

ARTE MESOPOTÂMICA

Definição Geral:
No início do século XX, importantes expedições arqueológicas de cientistas americanos, ingleses e alemães se deslocaram para os vales circundados pelos rios Tigre e Eufrates para prosseguir com o trabalho dos pesquisadores que, em meados de 1819, haviam desenterrado os primeiros restos da civilização mais antiga do Oriente Próximo: os sumérios. Esse povo, que por volta do ano 3500 a.C. havia se estabelecido nas terras da Mesopotâmia, erigiu uma das civilizações mais esplendorosas do mundo antigo.

Nas escavações realizadas nas tumbas do vale, os objetos encontrados, tanto os de uso diário quanto os suntuosos, além das ruínas arquitetônicas, permitiram também fazer um traçado da história e dos costumes de outros povos importantes que posteriormente ocuparam a região: babilônios, assírios e persas, entre outros.

A cidade mais antiga até hoje desenterrada pelas expedições arqueológicas é Uruk, mencionada na Bíblia como Erech, circundada por uma extensa muralha e com um templo pré-histórico.

Não menos importantes foram as escavações em Ur, na Caldéia, e na Babilônia, com sua Porta dos Deuses e os Jardins Suspensos, sem esquecer Assur, berço da cultura assíria; Nínive, com a Biblioteca de Assurbanipal; Lagash, onde aparece a primeira estela de narrações épicas; a esplêndida Dur-Sarrukin, de Sargão; e Nimrud, sede do palácio de Salmanasar.

O passar dos séculos não conseguiu apagar totalmente os estilos das primeiras cidades sumérias, mas, ao contrário, garantiu e estilizou, às vezes aprimorando, as formas originais.

Talvez o período em que a evolução da arte na Mesopotâmia se revele melhor seja o compreendido entre os séculos VIII e VI a.C., sob os reinados de Ciro, o Grande, e Dario.

Os limites do império persa se estendiam muito além da região mesopotâmica, mas na totalidade das manifestações aquemênidas é possível encontrar referências muito concretas à ourivesaria suméria, ao baixo-relevo babilônico e à estatuária assíria com certos detalhes egípcios, hebreus ou jônicos, como nas cidades de Persépolis, Pasárgada e Susa.

"Escitas com Oferendas"/Arte Persa/Relevo

Escultura:
As primeiras esculturas descobertas na Mesopotâmia datam de 5000 a.C. e são em sua maioria figuras que lembram muito as Vênus pré-históricas encontradas no restante da Europa. No milênio seguinte reflete-se uma estilização das formas tendentes ao naturalismo e são encontradas peças de mármore, tais como bustos, estelas comemorativas e relevos. A mais importante é a estela encontrada em Langash, não apenas por ser considerada a mais antiga do mundo, como também porque é nela que aparece pela primeira vez a representação de uma batalha.

As estátuas mais características são figuras de homem ou mulher em pé, chamadas de oradores, trajados com túnicas amplas, com as mãos postas na altura do peito, sendo o rosto a parte mais chamativa do conjunto, devido ao superdimensionamento dos olhos, normalmente elaborados com incrustações de pedra.

Quanto aos relevos, sua importância é indubitavelmente fundamental para a compreensão da história, da iconografia religiosa e do cerimonial dos povos mesopotâmicos.
Existiam vários tipos, entre eles os esculpidos em pedra e os realizados sobre ladrilhos esmaltados, como é o caso dos poucos restos encontrados da famosa "Porta dos Deuses" (o que, na verdade, significa Babilônia) e os de argila.

Dependendo do povoado e da cidade, os temas e os estilos variavam: durante as dinastias acádia e persa, a temática era a narração da vitória dos reis, enquanto na época dos babilônios a preferência era pelas representações das divindades ou das tarefas cotidianas do povo.
Estatueta/Arte Mesopotâmica

ARTE EGIPICIA

Definição Geral:
Em todos os tempos, a civilização egípcia foi, sem dúvida, uma das culturas orientais mais admiradas e estudadas pelas nações ocidentais.

As investigações sobre essa antiga e misteriosa civilização atingiram o auge na Idade Média e no renascimento, mas foi somente no período neoclássico que avançaram decisivamente.

Com base na pedra Rosetta, encontrada por um soldado de Napoleão, o cientista francês Jean- François Champollion decodificou em 1799 uma série muito importante de hieróglifos, levando em conta as traduções em grego e em escrita demótica feitas na pedra.

A partir de então constituiu-se a ciência da egiptologia. Sua aplicação imediata serviu para a tradução e interpretação dos textos pintados e gravados em muros e esculturas de templos funerários. Esses textos, por sua vez, revelavam a sua função: repouso de reis e nobres e de seus incalculáveis tesouros, após sua morte. Muito pouco, no entanto, resistiu até os nossos dias.

Os magníficos tesouros dos faraós foram, em sua época, alvo de assaltantes e ladrões, que ignoraram seu caráter intocável e sagrado.
As obras conservadas mais significativas pertencem ao chamado império novo.

A imponência e beleza dos templos de Luxor e Carnac e o delicado trabalho de ourivesaria também em objetos de uso diário refletem o apogeu de uma cultura que perseguiu, na beleza indescritível das manifestações artísticas, uma sincera oferenda a suas inúmeras divindades, cada qual para uma situação.

Essas entidades costumavam ser representadas por esculturas com corpo de homem e cabeça de animal, vestidas com os mesmos trajes usados pelo faraó, um deus na terra.
Pintura:
A pintura egípcia teve seu apogeu durante o império novo, uma das etapas históricas mais brilhantes dessa cultura.

Entretanto, é preciso esclarecer que, devido à função religiosa dessa arte, os princípios pictóricos evoluíram muito pouco de um período para outro. Contudo, eles se mantiveram sempre dentro do mesmo naturalismo original.

Os temas eram normalmente representações da vida cotidiana e de batalhas, quando não de lendas religiosas ou de motivos de natureza escatológica.
As figuras típicas dos murais egípcios, de perfil mas com os braços e o corpo de frente, são produto da utilização da perspectiva da aparência.

Os egípcios não representaram as partes do corpo humano com base na sua posição real, mas sim levando em consideração a posição de onde melhor se observasse cada uma das partes: o nariz e o toucado aparecem de perfil, que é a posição em que eles mais se destacam; os olhos, braços e tronco são mostrados de frente.

Essa estética manteve-se até meados do império novo, manifestando-se depois a preferência pela representação frontal.

Um capítulo à parte na arte egípcia é representado pela escrita. Um sistema de mais de 600 símbolos gráficos, denominados hieróglifos, desenvolveu-se a partir do ano 3300 a.C. e seu estudo e fixação foi tarefa dos escribas.

O suporte dos escritos era um papel fabricado com base na planta do papiro. A escrita e a pintura estavam estreitamente vinculadas por sua função religiosa. As pinturas murais dos hipogeus e as pirâmides eram acompanhadas de textos e fórmulas mágicas dirigidas às divindades e aos mortos.
É curioso observar que a evolução da escrita em hieróglifos mais simples, a chamada escrita hierática, determinou na pintura uma evolução semelhante, traduzida em um processo de abstração. Essas obras menos naturalistas, pela sua correspondência estilística com a escrita, foram chamadas, por sua vez, de Pinturas Hieráticas.

Do império antigo conservam- se as famosas pinturas Ocas de Meidun e do império novo merecem menção os murais da tumba da rainha Nefertari, no Vale das Rainhas, em Tebas.
"Casal Jogando Damas"
Escultura:
A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa.

A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo.

Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando.
As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário. Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo.

Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas.

A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes. Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas.

Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim.


Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.

Primeiras Civilizações


O mapa destaca as regiões onde floresceram as primeiras civilizações, num período denominado Antigüidade Oriental.O Egito localiza-se no nordeste da África, banhado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Mar Vermelho, a oeste pelo deserto da Líbia e ao sul pelo Sudão.



Seu território é cotado no sentido sul-norte pelo Rio Nilo. O rio é responsável pela fertilidade das terras do vale, onde desenvolveu-se uma das primeiras civilizações, já que era responsável pela irrigação natural da terra, facilitando o trabalho agrícola das comunidades que passaram a produzir excedentes, possibilitando a organização do Estado e de uma sociedade mais complexa.



Por volta de 3500 a.C. as populações que viviam às margens do Nilo deram origem a dois reinos: o Baixo Egito, na região do delta do rio, e o Alto Egito, no decurso do vale do Nilo Aproximadamente em 3200 a.C. Menés, que governava o Alto Egito, promoveu a unificação dos dois reinos ao invadir a região norte.


A primeira dinastia, denominada Tinita, foi responsável por assegurar a unidade do país por cerca de 2000 anos.Mesopotâmia é a denominação dada pelos gregos antigos à região compreendida entre os rios Eufrates e Tigre, que cortam um extenso vale e aproximam-se na região sul, onde desembocam no Golfo Pérsico.Essa região é parte do "crescente fértil", área caracterizada pela possibilidade da prática agrícola, dada `a fertilidade da terra, produzida pelas cheias dos dois rios.


Esse território é ladeado pelo deserto da arábia a oeste e pelo planalto do Irã a leste.Um das característica geográficas que também influenciou o desenvolvimento da região é a distinção entre o norte e o sul.Ao norte, região menos fértil e mais árida, onde predominam montanhas e planaltos, desenvolveram-se os povos babilônicos e assírio, que chegaram a dominar toda a região.Ao sul encontramos áreas de planícies aluvionais, irrigadas pelas enchentes periódicas, onde desenvolveram-se as primeiras civilizações, chamadas sumerianas

Civilização

A civilização é o estágio da cultura social e da civilidade de um agrupamento humano caracterizado pelo progresso social, científico, político, econômico e artístico. Quanto maior a civilidade e mais evoluída uma nação, maior é o seu grau de civilização. O vocábulo deriva do latim civita que designava cidade e civile (civil) o seu habitante.


A civilização é um processo social em si, inerente aos grupamentos humanos que tendem sempre a evoluir com a variação das disponibilidades econômicas, principalmente alimentares e sua decorrente competição por estes com os grupamentos vizinhos.

Alguns historiadores têm defendido que o surgimento de grandes civilizações sempre depende do progressivo acúmulo de recursos naturais por um determinado grupo étnico e tem por detonador o acúmulo de poder bélico nas mãos de certos líderes e suas famílias.

A hegemonia de tais grupos sobre outros acaba sempre influenciando culturalmente toda a região e o produto, invariavelmente, redunda em um novo regramento social, impressionantes construções e a produção de obras de arte numa etapa posterior.

Documentario

http://www.youtube.com/watch?v=tvMZs5Myo98

15 de outubro de 2008

Índios reagem à hidrelétrica







Índios reagem à hidrelétrica e ateiam fogo na PCH Telegráfica - 14/10/2008 Local: São Paulo - SP Fonte: Amazonia.org.br Link: http://www.amazonia.org.br/













Caminhões da PCH Telegráfica queimados pelos Enawenê Nawê

No último sábado (11), os índios Enawenê Nawê reagiram à proposta dos empreendedores do Consórcio Juruena Participações Ltda, que pretende instalar Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no rio Juruena, no Mato Grosso, e atearam fogo no canteiro de obras da PCH Telegráfica, em Sapezal (MT). Antes de destruir os equipamentos, os índios retiraram os funcionários do local.

O episódio é mais um nos conflitos envolvendo índios do Mato Grosso em oposição à construção de PCHs no rio Juruena. O conflito ocorre desde 2002, quando a empresa Maggi Energia, controlada por sócios do governador do Mato Grosso Blairo Maggi, apresentou interesse em instalar nove PCHs e duas usinas hidrelétricas (UHE) no rio.
Os Enawenê Nawê já tinham ocupado o canteiro de obras em 2007, reivindicando estudos independentes sobre os impactos desses aproveitamentos hidrelétricos. Esses estudos nunca foram realizados, mas mesmo assim as obras continuaram. O Ministério Público conseguiu paralisar as obras devido a falhas no processo de licenciamento e impactos ambientais, mas o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, liberou as obras após receber uma visita do governador do Mato Grosso Blairo Maggi. Mendes, entretanto, negou que tenha discutido a liberação das hidrelétricas com o governador.
Após a liberação das obras, os empreendedores costuraram um acordo de compensação financeira aos índios de mais de quatro milhões de reais. Na última terça-feira (7), os índios das etnias Rikbaktza, Paresi, Nambiquara e Mynky fecharam um acordo de seis milhões. O povo
Enawenê Nawê, no entanto, não aceitou o acordo, preocupados com o fato de estar prevista a construção de cerca de 77 empreendimentos hidrelétricos no rio Juruena, e ficou isolado politicamente.
Rio JuruenaOs índios temem que complexos hidrelétricos no rio Juruena possam comprometer a segurança alimentar das tribos. A principal fonte de alimentação dos Enawenê Nawê é o rio, pois eles se alimentam quase que exclusivamente de peixes.
O rio também tem uma importância ritualística para a etnia. Os Enawenê Nawê fazem pescas ritualísticas ao longo de todo o ano, de acordo com o ciclo de chuvas. A importância cultural desse rito é tão grande que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está registrando-o como Patrimônio Imaterial Brasileiro. Apesar da importância do rio na vida e cultura dos Enawenê Nawê, a demarcação de suas terras não contemplou o rio onde os índios fazem seus rituais.
Além das 77 PCHs previstas para ser construídas na bacia do rio Juruena, a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) está produzindo um inventário para a implementação de quinze UHEs. Também existem projetos para a instalação de uma hidrovia no rio, para diminuir os custos do escoamento da soja.
Apesar do grande número de projetos a serem implementados na região, nenhum deles contemplam a realização de consultas prévias às comunidades indígenas.
Veja fotos da PCH Telegráfica:Fotos enviadas por Nelson Laturner para a redação do site
Amazônia

Chico Mendes Francisco Alves Mendes Filho


Criado na Floresta Amazônica, sem jamais freqüentar uma escola e tendo de trabalhar desde os 9 anos como seringueiro, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi responsável pela mais eficaz militância ecológica já ocorrida no país, tornando-se símbolo mundial da luta pela preservação da Amazônia.


Para evitar a devastação da floresta e conservar o modo de vida dos habitantes locais, quer fossem índios, seringueiros, ribeirinhos ou pescadores, pregava a sua organização, a negociação pacífica com os pecuaristas e a criação das reservas extrativistas: áreas protegidas para usufruto da população que vive da exploração de recursos materiais renováveis e que deve, por lei, combinar preservação ambiental e desenvolvimento econômico e tecnológico.


Provocou, no entanto, a ira de fazendeiros da região, sendo assassinado, em 1988, por Darli Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira. Sua trajetória política iniciou-se quando participou do II Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), defendendo a tese Em Defesa da Floresta. Ao final do Congresso, foi eleito suplente da diretoria nacional do órgão.


No final dos anos de 1970, ajudou a fundar os primeiros sindicatos do Acre, com o apoio da Confederação dos Trabalhadores Agrícolas (Contag) e da Igreja Católica. Em 1985, organizou o I Encontro Nacional de Seringueiro, destacando-se como principal liderança da região. Nos anos seguintes, mantendo incansável luta pela preservação da floresta, recebeu o reconhecimento internacional. Foi visitado por membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e recebeu o Prêmio Global 500, conferido a pessoas que se destacam na defesa do meio ambiente.


Em 1988, meses antes de sua morte, o governo federal, por meio do Ministério da Reforma Agrária, instalou a primeira reserva extrativista na Amazônia, cuja responsabilidade de organização ficou a cargo do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Atualmente, existem aproximadamente 21 reservas, ocupando mais de 3 milhões de hectares da floresta. Depois de um século de trabalho semi-escravo devido à exploração da borracha, os seringueiros passaram a ser reconhecidos como uma categoria especial de trabalhadores rurais, que tanto vivem dos produtos da floresta como lutam por sua preservação.

O Instituto Chico Mendes


JUIZ RECEBE PASSAPORTE DO INSTITUTO CHICO MENDES



O Instituto Chico Mendes conferiu o passaporte de responsailidade socioambiental ao Juiz Adalberto Carim Antonio, da Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias

O Instituto Chico Mendes conferiu hoje o passaporte de responsabilidade socioambiental ao juiz Adalberto Carim Antonio, da Vara Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias (Vemaqa). A entrega é feita a pessoas e entidades que desenvolvem atividades na área ambiental.


De acordo com o diretor nacional do instituto, Guilherme Neto, o juiz recebeu o passaporte pela disponibilidade que ele tem para as questões ambientais. Paralelo a isto, o diretor diz que está analisando os projetos desenvolvidos pela Vara para concorrer à premiação que o órgão promoverá em outubro, em São Paulo.


O Instituto Chico Mendes existe há cinco anos, tem sede em Quatro Barras (PR) e seus representantes estão em Manaus até 16 de maio para implantar a educação ambiental formal no ensino fundamental em escolas municipais. Para isto, buscam parcerias com órgãos públicos e instituições privadas.
Divisão de Imprensa e Divulgação
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Fone: (092) 2129.6771

Madeira Ilegal


Gerente do Ibama em Altamira (PA) denuncia comércio paralelo ilegal de madeira - 14/10/2008 Local: São Paulo - SP Fonte: Amazonia.org.br Link: http://www.amazonia.org.br/
Fabíola Munhoz

Roberto Scarpari, gerente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em Altamira (PA), mencionou em palestra durante o seminário Conexões Sustentáveis: São Paulo-Amazônia na tarde de hoje (14), a existência de um comércio paralelo de créditos florestais na Amazônia.
O gerente citou a atividade como uma de suas maiores dificuldades para atuar na fiscalização da preservação do meio ambiente na região.
Scarpari afirmou que alguns processos de autorização para a atividade madeireira na Amazônia, pela Secretaria do Meio Ambiente, podem ser vistos como uma caixa preta em que a conversão das toras de madeira no produto já cerrado, permite que exista um comércio paralelo de créditos florestais.

Segundo o gerente, atualmente, mais de um milhão e trezentos mil metros cúbicos de madeira ilegal por ano são "esquentados", ou seja, transformados em produto legal na forma de madeira serrada, segundo a taxa de conversão prevista pela SEMA em 45%.
"Hoje, esse comércio paralelo de créditos florestais movimenta 85 milhões de reais", afirmou Scarpari, que destacou também o fato de a estocagem de madeira no Pará ocorrer em locais esparsamente distribuídos, o que dificulta a fiscalização.

Ainda de acordo com o gerente, as inovações tecnológicas e a obtenção de recursos do governo federal têm permitido investimentos que aumentaram capacitação e formação de agentes ambientais e melhoraram em parte a atuação do órgão. No entanto, segundo ele, esses avanços, somados a maior publicidade e criação de leis de direito ambiental, desde a Constituição Federal de 1988, são insuficientes.

Marina Silva



A ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva afirmou hoje (14) que não acredita em políticas paternalistas de preservação, mas que deve partir de toda a sociedade a responsabilidade em defender um modelo econômico sustentável.



A senadora participou do seminário Conexões Sustentáveis:


São Paulo-Amazônia, na capital paulista.


Marina Silva falou sobre suas expectativas com relação a futuras ações para garantir o desenvolvimento econômico sustentável, a partir dos recursos da Amazônia.
Segundo a senadora, fosse há 50 anos, também estaríamos discutindo a preservação da Mata Atlântica, mas isso não chegou a acontecer porque, à época, a terra nua pra o cultivo era a única solução para a sociedade.


"Viemos de um processo de erros e acertos, e assim produzimos conhecimento e nos relacionamos com o desconhecido. Porém podemos prevenir erros futuros com base na aprendizagem já alcançada", disse Marina, em referência aos avanços em políticas ambientais conquistadas durante sua liderança na pasta de meio ambiente do atual governo federal.

"O Estado deve criar um patamar mínimo de estruturas, e minha atuação do Ministério foi nesse sentido", afirmou Marina, dando como exemplo a criação do Documento de Origem Florestal (DOF), que substituiu à antiga Autorização de Transporte de Produto Florestal (ATPF), que era feita em papel e não tinha condições efetivas de controle da procedência da madeira. Ela ainda destacou a aposta da sua antiga gestão na importância de se detectar o desmatamento em tempo real para que toda a sociedade passasse a fiscalizar a destruição da floresta.

"Nosso papel enquanto sociedade não é de apenas eleger políticos. Devemos e podemos também eleger processos transparentes para orientar nossas vidas e nosso fazer, como a compra de madeireira com a documentação correta, até que tenhamos produto certificado para todos e a escolha do grão produzido da forma correta", concluiu Marina.

Para a ex-ministra, os seguintes vetores devem ser observados para uma queda do desmate: ordenamento territorial e fundiário, a partir de controle do Estado, Serviço Florestal Brasileiro e gestão de florestas públicas que leve em conta um saber horizontal sobre o meio ambiente e uma parceria ampla com a sociedade. "É importante evitar atividades ilegais, mas também incentivar outras formas de produção sustentável", destacou.

Defensores da Amazônia


Mesmo com as inúmeras mortes de defensores da Amazônia, ameaças continuam de todos os lados. Cabe a nós denunciarmos estes abusos para que os casos publicados no site Amazonia.org.br e reproduzidos aqui não se repitam.



Thais Iervolino

"Oferta: R$ 1 mi por sua vida". Em pleno século 21 fica quase impossível imaginar essa situação. Mas na Amazônia, onde a impunidade e a luta por questões fundiárias se intensificam a cada dia, ameaças contra a vida daqueles que defendem a região são constantes. Sem controle e sem justiça a Amazônia acaba virando uma "terra de ninguém" e essa situação vem piorando nos últimos anos.

"Só no estado do Pará, 800 pessoas foram assassinadas por causa da luta por terras e questões ambientais nas últimas décadas", revela José Batista Gonçalves Afonso, assessor jurídico da CPT (Comissão Pastoral da Terra) de Marabá.De acordo com a CPT, cerca de 20 pessoas estão na lista de marcados para morrer e tem que viver sob proteção policial.

"A Amazônia é uma região extremamente grande e complexa. Acompanhamos a questão rural e vemos que a agressão às populações da região está num momento bastante crítico", revela Afonso. Segundo ele, a alta do preço da soja, do aço e da carne no mercado internacional, além da vinda do biocombustível, tem provocado a expansão da monocultura e da mineração na região amazônica, trazendo problemas não só para a questão ambiental, mas também para a sociedade. "Os grandes produtores expandem suas terras e desapropriam as populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, entre outras".

Os estados que mais sofrem com os conflitos agrários são: Pará, Mato Grosso e Rondônia. "Ao invés de o governo tentar coibir a ação de grandes latifundiários, ele apóia o modelo vigente. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai viabilizar obras na região que promovam ainda mais a produção de grãos, minérios e carne", comenta. Para ele, aqueles que se contrapõem, sofrem um processo de criminalização.

"Quando a sociedade luta pelo direito agrário, ela é vista como criminosa e aqueles que defendem os direitos dessas populações sofrem da violência privada, das ações de pistoleiros", argumenta.
Contrariando os interesses
Dom Erwin Krautler, bispo de Altamira (PA), é apenas um entre as lideranças que têm que viver sob proteção policial 24h/dia para não se tornar mártires da Amazônia. O religioso vem sendo ameaçado de morte há vários anos, por causa de sua atuação determinada em favor dos povos indígenas e dos trabalhadores rurais daquele estado.

"A minha luta não pode parar. Muita gente morreu pela Amazônia e aquilo que eles defenderam, nós continuamos defendendo, não tem trégua", explica ele.Ao atuar na luta pelos direitos das comunidades camponesas e pela preservação ambiental na região amazônica; Dom Erwin denunciou a exploração sexual de adolescentes por políticos; a emasculação e assassinato de meninos no estado e a atuação de latifundiários, grileiros, madeireiros e fazendeiros com práticas de trabalho escravo e de destruição ambiental.

"A minha luta é pela sobrevivência. Estou vivendo numa área que o Estado abandonou. Se assumimos a defesa pelo meio ambiente e pelos povos indígenas, contrariamos interesses de ruralistas", afirma o bispo.

Manifesto

Para defender a vida de Dom Erwin, organizações da sociedade civil escreveram um manifesto no dia 18 em apoio ao bispo. No documento está escrito "Sabe-se, no entanto, que está em curso um plano detalhado para o seu assassinato, cujas características revelam ser obra de pessoas de grande poder econômico, provavelmente um 'consórcio', como o que vitimou covardemente a irmã Dorothy Stang três anos atrás. A prova desse poder econômico começa pelo valor oferecido aos eventuais assassinos: um milhão de reais!"

Não basta proteção policial

Outro que está com sua vida em risco é o frei Henri Burin de Roziers. Ele faz parte da Comissão Pastoral da Terra e está sob a segurança da polícia militar paraense. "Eu sofro ameaças por telefone. Além de mim, há 116 pessoas na mesma situação".Para ele, é preciso mais do que proteção policial.

"Questiono essa ação do governo. Para acabar com a violência, é preciso ir às causas dela. Os fazendeiros ameaçam e nunca são punidos. O problema é a impunidade", diz. Questionado sobre a continuidade da luta perante as ameaças, o frei revela: "Elas motivam ainda mais o nosso trabalho. Elas mostram que não podemos abrir mão dele".

A luta fora do Brasil

A violência contra defensores da Amazônia não se restringe ao país. No dia 26 de fevereiro deste ano, Don Julio García Agapito, representante governamental da Província de Tahuamanu, em Madre de Diós, região da Amazônia peruana foi assassinado por ter apreendido um caminhão carregado com mogno ilegal na sua comunidadeSegundo Angélica Almeyda, pesquisadora do tema, a região é bem conhecida por ser um dos lugares com maior biodiversidade do planeta. Entre os madeireiros, Madre de Dios é conhecida como a última fronteira onde ainda existe mogno em escala comercial.

"Este processo tende a se intensificar em um contexto de abertura da fronteira entre Brasil e Peru, com a estrada ligando o Brasil ao Pacifico por meio do Acre".A vida pela Amazônia Muitos foram aqueles que defenderam a Amazônia até a morte. Direito da terra, meio ambiente, denúncias de exploração foram algumas de suas lutas. Veja abaixo a história de alguns deles:
Dorothy Stang

Bem de manhãzinha, às 7h30min do dia 12 de fevereiro de 2005, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu (PA), perguntam à religiosa: "você está armada?". Ela então afirmou: "eis a minha arma!". E mostrou a Bíblia Sagrada. Leu ainda alguns trechos do livro àquele que logo em seguida lhe balearia.Foram sete tiros que mataram, aos 73 anos de idade, a irmã Dorothy Stang.

Foi assim que a vida de uma das maiores defensoras da Amazônia terminou. Irmã Dorothy estava presente na região desde a década de 1970 junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu. Sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas junto aos trabalhadores rurais da área da rodovia Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região.

Defensora de uma reforma agrária justa e conseqüente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na região Amazônica.Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes de ser assassinada declarou: "não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar".


Dema

Ademir Alfeu Federicci, o Dema, foi assassinado em sua casa, em Altamira (PA), no dia 25 de agosto de 2001. O ex-coordenador do MDTX , movimento que congrega mais de 100 organizações rurais e urbanas, como sindicatos, associações de bairro e ONGs, chegou em Medicilândia (PA), município da região Transamazônica, em 1975.Fez parte de sua trajetória a coordenação da Pastoral da Juventude, a criação do Movimento pela Sobrevivência na Transamazônica (MPST), a liderança de três caravanas a Brasília para reivindicar a recuperação da rodovia Transamazônica e a ampliação dos serviços de saúde e educação na região. Também participou dos "Gritos da Terra Brasil", manifestações que incluíam reivindicações pelo estabelecimento de crédito bancário para pequenos produtores.

À frente do MDTX, a liderança voltou-se, entre outras atividades, a denunciar desvios de recursos da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), a retirada ilegal de madeira em áreas indígenas e a grilagem de terras. Um pouco antes de sua morte, liderava um movimento de resistência à construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, obra prevista no Avança Brasil de FHC que hoje integra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo Lula.

Apesar de sindicalistas e organizações apontarem que o assassinato tinha sido encomendado, o inquérito policial para apurar as causas de sua morte foi concluído com falhas graves em menos de uma semana e classificou o caso como latrocínio.

Brasília

Com doze tiros na cabeça, o líder sindical Bartolomeu Morais da Silva, mais conhecido como Brasília, foi seqüestrado, torturado e assassinado.Seu corpo foi encontrado às margens da rodovia Santarém-Cuiabá nas proximidades do distrito de Castelo dos Sonhos, local onde o sindicalista residia e atuava como delegado sindical representando o sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira e também primeiro suplente de vereador pelo PT no município.Desde 1997 que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira vinha pressionando o INCRA e o governo do estado no sentido de resolver os graves conflitos fundiários na região de Castelo dos Sonhos, Distrito de Altamira, próximo à divisa com Estado de Mato Grosso, na rodovia Cuiabá Santarém.

Miguel de Freitas da Silva

O presidente da Associação de Trabalhadores Rurais de Ipaú, Miguel Freitas da Silva, de 44 anos, pai de oito filhos, foi assassinado a tiros por dois pistoleiros no dia 1 de setembro de 2001. Ele estava sentado em frente à sua casa, em Tucuruí (PA), quando chegaram os dois homens em uma motocicleta. Um deles perguntou: "quem é o Miguel?". O sindicalista respondeu: "sou eu". Os dois sacaram suas armas e dispararam vários tiros.

Dois tiros atingiram Freitas da Silva no peito e tórax. Ele morreu ao chegar no hospital da cidade. Além de sindicalista, Miguel também lutava pela desapropriação de áreas improdutivas da região.


Vicente Cañas

Vicente Cañas é um dos mais cultuados heróis mato-grossenses da luta pelos direitos indígenas. Sua morte, ocorrida presumivelmente em 6 de abril de 1987, é o exemplo típico da união das forças ruralistas com autoridades constituídas para ampliar as áreas agricultáveis de Mato Grosso, à custa de prejuízo e morte dos povos tradicionais.

Foi assassinado no barraco em que vivia solitário, na margem esquerda do rio Iquê, afluente do Juruena, em terras indígenas dos enawenê-nawê, cravadas entre os municípios de Juína, Comodoro e Campo Novo do Parecis, no médio-norte de Mato Grosso.O inquérito policial que deveria investigar o crime durou intermináveis seis anos e foi marcado por ocorrências inusitadas, como o desaparecimento de provas.

O crânio da vítima, lesado por porretadas, foi encontrado casualmente na praça da rodoviária, em Belo Horizonte (MG), em fevereiro de 1989, quando deveria estar sob cuidados do Instituto

Médico Legal (IML).

Chico MendesFrancisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, em 22 de dezembro de 1988.Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia.

A partir de 1976 participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos.

Organiza também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional.

A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas.Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causada por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID.

Por sua luta, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras Reservas Extrativistas criadas no Acre.

Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes e ele declarou às autoridades policiais e governamentais que corria risco de vida e que necessita de garantias.Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa. Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.

A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do Incra, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996.

A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão. Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro Darly Alves da Silva com a prisão domiciliar até março de 2008.Link: http://www.amazonia.org.br/

A terra é um planeta heterogêneo e dinâmico














Nosso planeta
O planeta Terra é constituído por diversos setores ou ambientes, alguns dos quais permitem acesso direto, como a atmosfera, a hidrosfera (incluindo rios, lagos, águas subterrâneas e geleiras), a biosfera (conjunto dos seres vivos) e a superfície da parte rochosa. Desta superfície para baixo, o acesso é muito limitado.




As escavações e sondagens mais profundas já chegaram a cerca de 13km de profundidade, enquanto o raio da terra é de quase 6.400km. Por isso, para se obter informações deste interior inacessível, existem métodos indiretos de investigação: a sismologia e a comparação com meteoritos.



A sismologia é o estudo do comportamento das ondas sísmicas ao atravessar as diversas partes internas do planeta. Estas ondas elásticas propagam-se gerando deformações, sendo geradas por explosões artificiais e sobretudo pelos terremotos; as ondas sísmicas mudam de velocidade e de direção de propagação com a variação das características do meio atravessado.




A integração das observações das numerosas estações sismográficas espalhadas pelo mundo todo fornece informações sobre como é o interior do planeta, atravessado em todas as direções por ondas sísmicas geradas a cada terremoto e a cada explosão.




As Informações sobre a velocidade das ondas sísmicas no interior da Terra permitiram reconhecer três camadas principais (crosta, manto e núcleo), que têm suas próprias características de densidade, estado físico, temperatura, pressão e espessura.Na diferenciação dos materiais terrestres, ao longo da história do planeta, a água, formando a hidrosfera, bem como a atmosfera, constituída por gases como nitrogênio, oxigênio e outros, por serem menos densos, ficaram principalmente sobre a parte sólida, formada pelos materiais sólidos e mais densos.





Dentre os materiais sólidos, os mais pesados se concentraram no núcleo, os menos pesados na periferia, formando a crosta, e os intermediários no manto. Pode-se comparar os diferentes tipos de meteoritos com as camadas internas da Terra, pressupondo-se que eles (os meteoritos) tiveram a mesma origem e evolução dos outros corpos do Sistema Solar, formados como corpos homogêneos, a frio, por acresção planitesimal.




Aqueles que tinham massa suficientemente grande, desenvolveram um forte calor interno, por causa da energia gravitacional, da energia cinética dos planetesimais quando da acresção e da radioatividade natural. Isto ocasionou uma fusão parcial, seguida de segregação interna, a partir da mobilidade que as altas temperaturas permitiam ao material.





Os meteoritos provenientes da fragmentação de corpos pequenos, que não sofreram esta diferenciação, são os condritos, que representam a composição química média do corpo fragmentado e por inferência, do Sistema Solar como um todo, menos os elementos voláteis. Não existem materiais geológicos, ou seja, terrestres, semelhantes aos condritos.




Os meteoritos provenientes da fragmentação de corpos maiores, como a Terra, que sofreram a diferenciação interna, representam a composição química e densidade de cada uma das partes internas diferenciadas do corpo que os originou.




São os sideritos, os acondritos e ainda outros tipos. Pela sua densidade, faz-se a correlação com as camadas da Terra determinadas pela sismologia, e supõe-se que sua composição química represente a composição química da camada terrestre de mesma densidade. Assim, com estas duas ferramentas indiretas, a sismologia e a comparação com os meteoritos, foi estabelecido um modelo para a constituição interna do globo terrestre.
É importante ressaltar que todo o material no interior da Terra é sólido, com exceção apenas do núcleo externo, onde o material líquido metálico se movimenta, gerando correntes elétricas e o campo magnético da Terra.




A uma dada temperatura, o estado físico dos materiais depende da pressão. 'As temperaturas que ocorrem no manto, os silicatos seriam líquidos, não fossem as pressões tão altas que lá ocorrem (milhares de atmosferas).
Assim, o material do manto, ao contrário do que muitos crêem, é sólido, e só se torna líquido se uma ruptura na crosta alivia a pressão a que está submetido.




Somente nesta situação é que o material silicático do manto se liqüefaz, e pode, então, ser chamado de magma. Se o magma fica retido em bolsões dentro da crosta, forma uma câmara magmática, e vai pouco a pouco solidificando-se, formando um corpo de rocha ígnea plutônica ou intrusiva, Se o magma consegue extravasar até a superfície, no contato com a atmosfera e hidrosfera, pode ser chamado lava, enquanto estiver líquido, e seu resfriamento e solidificação vai formar um corpo de rocha ígnea vulcânica ou extrusiva.



As rochas ígneas assim assim formadas, juntamente com as rochas metamórficas e sedimentares, formadas por outros processos geológicos, constituem a crosta, que é a mais fina e a mais importante camada para nós, pois é sobre ela que se desenvolve a vida. A crosta oceânica e a crosta continental apresentam diferenças entre si.





A primeira ocorre sob os oceanos, é menos espessa e é formada por extravasamentos vulcânicos ao longo de imensas faixas no meio dos oceanos (as cadeias meso-oceânicas), que geram rochas basálticas. A segunda é mais espessa, pode emergir até alguns milhares de metros acima do nível do mar, e é formada por vários processos geológicos, tendo uma composição química média mais rica em Si e em AI que as rochas basálticas, que pode ser chamada de composição granítica.
A crosta oceânica e continental, junto com uma parte superior do manto, forma uma camada rígida com 100 a 350km de espessura.




Esta camada chama-se LITOSFERA e constitui as placas tectônicas, que formam, na superfície do globo, um mosaico de placas encaixadas entre si como um gigantesco quebra-cabeças; são as placas tectônicas ou placas litosféricas. Abaixo da litosfera, ocorre a ASTENOSFERA, que é parte do manto superior; suas condições de temperatura e pressão permitem uma certa mobilidade, muito lenta, mas sensível numa escala de tempo muito grande, como é a escala do tempo geológico.

A Dinâmica Interna
Os vulcões e terremotos representam as formas mais enérgicas e rápidas de manifestação dinâmica do planeta.




Ocorrem tanto em áreas oceânicas como continentais, e são válvulas de escape que permitem o extravasamento repentino de energias acumuladas ao longo de anos, milhares ou milhões de anos. Esses eventos são sinais de que, no interior da Terra, longe dos nossos olhos e instrumentos de pesquisa, ocorrem fenômenos dinâmicos que liberam energia e se refletem na superfície, modificando-a.




Por outro lado, também existem formas lentas de manifestação da dinâmica interna terrestre. As placas tectônicas, conforme a teoria da Tectônica de Placas, resumida a seguir, incluem continentes e partes de oceanos, que movem-se em mútua aproximação ou distanciamento, a velocidades medidas de alguns centímetros por ano, assim contribuindo para a incessante evolução do relevo e da distribuição dos continentes e oceanos na superfície terrestre.

A Tectônica de Placas e a formação das grandes cadeias de montanhas e dos oceanos
Existem várias evidências mostrando que as placas tectônicas flutuam sobre o material da astenosfera e movem-se umas em relação às outras; assim, continentes que hoje encontram-se separados já estiveram unidos.




Tal é o caso da América do Sul e da África, que se apresentam como duas peças contíguas de um quebra-cabeças, o que é interpretado não apenas pela forma de seus litorais, mas também pelas características geológicas e paleontológicas que mostram continuidade nos dois continentes. América do Sul e África já estiveram unidos e submetidos a uma mesma evolução durante um longo período de sua história, no passado.




Os movimentos das placas litosféricas são devidos às correntes de convecção que ocorrem na astenosfera. As correntes de convecção levam os materiais mais quentes para cima, perto da base da litosfera, onde movimentam-se lateralmente pela resistência da litosfera ao seu movimento e perdem calor; tendem então a descer, dando lugar ao material mais quente que está subindo. À medida que o material se desloca lateralmente para depois descer, ele entra em atrito com as placas da litosfera rígida, em sua parte inferior, levando-as ao movimento.

No meio dos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico existem cordilheiras submarinas, que se elevam a até cerca de 4.000m acima do assoalho oceânico. Estas cordilheiras, denominadas meso-oceânicas, são interrompidas transversalmente pelas falhas transformantes e sublinham imensas rupturas na crosta, ao longo das quais há extravasamentos periódicos de lava basáltica vinda das partes mais internas (astenosfera).




O mesmo mecanismo que força a cordilheira a se abrir periodicamente (correntes de convecção divergentes) para que materiais mais novos possam se colocar ao longo das aberturas, formando e expandindo o domínio oceânico, em outros locais promove colisões de placas (correntes de convecção convergentes). Nestas colisões, a placa que contém crosta oceânica, mais pesada, entra sob a placa continental, que se enruga e deforma (processos incluídos no metamorfismo), gerando as grandes cadeias continentais (Andes, Montanhas Rochosas).




A placa que afundou acaba por se fundir parcialmente ao atingir as grandes temperaturas internas (zona de subducção), gerando magma passível de subir na crosta formando rochas ígneas intrusivas ou extrusivas; se a colisão for entre duas placas continentais, ambas se enrugam (Alpes, Pirineus, Himalaias). Desta forma, a crosta oceânica é renovada, sendo gerada nas cadeias meso-oceânicas e reabsorvida nas zonas de colisões entre as placas, onde ocorre subducção. Assim, oceanos são formados pela divisão de continentes. Por exemplo, há 180 milhões de anos, um grande continente chamado GONDWANA dividiu-se, formando a África, a América do Sul e o oceano Atlântico.



Outros oceanos podem ser fechados por movimentos convergentes das placas (por exemplo, o Mar Mediterrâneo está sendo fechado pela aproximação entre a África e a Europa).
Os limites entre as placas podem ser divergentes, onde elas separam-se, criando fundo oceânico, ou convergentes, onde elas colidem, formando cadeias montanhosas continentais ou fechando oceanos. Podem ainda ser limites transfomantes, onde uma placa passa ao lado da outra, com atrito, mas sem criar nem consumir material. Todos estes tipos de limites são zonas de instabilidade tectônica, ou seja, sujeitas a terremotos e vulcões.
Assim, as posições dos continentes no globo terrestre são modificadas em relação ao Equador e aos pólos, explicando em parte as mudanças das condições climáticas de cada continente ao longo do tempo geológico.



Vulcões



O material rochoso em profundidade está submetido a pressões e temperaturas altíssimas (astenosfera) e, quando a placa litosférica rígida sofre uma ruptura, aquele material tende a escapar por ela, extravasando na superfície (vulcanismo) ou ficando retido em câmaras magmáticas dentro da crosta, quando não consegue chegar à superfície (plutonismo). O material que extravasa é constituído por gases, lavas e cinzas. A atividade vulcânica pode formar ilhas em meio aos oceanos (Havaí, Açores e etc.) que podem ser destruídas em instantes.
Pode ocorrer nos continentes, formando montanhas (Estromboli e Vesúvio na Itália, Osorno e Vila Rica no Chile, Santa Helena nos EUA). O mais espetacular aspecto construtivo do vulcanismo é o que corre nas cadeias meso-oceânicas, que representam limites divergentes de placas, gerando verdadeiras cordilheiras submarinas, formando assoalho oceânico novo a cada extravasamento e causando, assim, a expansão oceânica. A lslândia representa parte da cadeia meso-oceânica emersa acima do nível das águas, permitindo a observação direta deste tipo de vulcanismo fissural.

No dia 8 de maio de 1902 a erupção do Monte Pelée naIlha de Martinica matou todos os seus moradores, apenas um homem sobreviveu: o único preso da cidade.(foto retirada do livro: Earth Shock, Andrew Robinson)





Terremotos



Os terremotos são tremores ou abalos causados pela liberação repentina da energia acumulada durante longos intervalos de tempo em que as placas tectônicas sofreram esforços para se movimentar. Quando o atrito entre elas é vencido (subducção ou falha transformante) ou quando partes se rompem (separação de placas), ocorrem os abalos. Estes abalos têm intensidade, duração e freqüência variáveis, podendo resultar em grandes modificações na superfície, não só pela destruição que causam, mas por estarem associados aos movimentos das placas tectônicas.










Os hipocentros (pontos de origem dos terremotos) e epicentros (projeções verticais dos hipocentros na superfície) estão localizados preferencialmente em zonas limitrofes de placas tectônicas, onde elas se chocam e sofrem subducção e enrugamento, formando, respectivamente, fossas oceânicas e cordilheiras continentais, ou onde elas se separam, nas cadeias dorsais meso-oceânicas. Ocorrem terremotos também no limites neutros, onde as placas se movem lateralmente em sentidos opostos (falhas transformantes). No mapa mundi, pode-se observar que a distribuição dos terremotos forma faixas contínuas ao longo das fossas oceânicas e cadeias continentais e meso-oceânicas.




É famoso o "cinturão de fogo circumpacífico", sujeito a freqüentes e intensos terremotos (exemplo da Falha de San Andreas, EUA), formando uma faixa muito ativa em volta do Oceano Pacífico. Também existem terremotos que não são devidos aos movimentos das placas, mas a esforços chamados intra-placas. São menos freqüentes, menos intensos, e relacionados à reativação de falhas (rupturas) muito antigas na crosta .



Em outubro de 1989 um terremoto na área de São Francisco (EUA) chegou à 7.2 na escala Richter e provocou enormes danos materiais.(Foto reirada do livro: Earth Shock, Andrew Robinson)

Breve relato sobre o planeta terra


A Terra é um planeta que se encontra no sistema solar, está bem próximo ao Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros. Aparentemente é ondulado, porém possui forma elipsoidal, ou seja, possui os pólos achatados por causa do movimento que realiza em torno de si mesmo.


Ainda é ondulado, irregular e matematicamente complexo. Possui aproximadamente ¾ de sua superfície formada por água e quimicamente é dividido em crosta, manto e núcleo. O núcleo, a parte mais interna do planeta, é dividido em núcleo sólido e líquido.


O núcleo sólido é composto predominantemente por ferro e níquel. Possui elevada temperatura em função do seu campo magnético. O núcleo líquido é composto pelos mesmos componentes do núcleo sólido, porém em estado líquido. A essa parte do núcleo é que se atribui a formação do campo magnético. O manto, a parte que se encontra entre o núcleo e a crosta, é formado por silício, ferro e magnésio em estado pastoso.


Apesar de ser encontrado em estado sólido, acredita-se que permanece em estado pastoso em função das altas temperaturas, 3.400ºC. A crosta, também chamada de litosfera, é a parte externa do planeta que se forma a partir do oxigênio, silício, alumínio, magnésio e ferro.


Possui placas tectônicas ou litosféricas que se movimentam de forma lenta e contínua sobre o manto. Tais movimentações ocorrem por causa das pressões que o manto exerce sobre a crosta, o que acarreta em deformações na crosta.


Também sofre o rompimento de suas camadas rochosas resultantes da pressão do manto, provocando o vulcanismo, que se dá principalmente em regiões onde existe o encontro de placas tectônicas; e os terremotos que são vibrações induzidas pelos movimentos das placas litosféricas.


Acredita-se que o planeta Terra é o único a ter vida. O campo magnético formado no núcleo do planeta juntamente com a atmosfera é que contribui para a vida no planeta, pois juntos protegem o mesmo contra radioatividade vinda do Sol e das estrelas, além dos meteoros que são destruídos antes que cheguem à superfície.

14 de outubro de 2008

BIOSFERA E ECOSSISTEMAS

BIOSFERA E ECOSSISTEMAS

Cerca de 1 milhão de anos após ter se formado, a Terra era rochosa e quente, com alguma água acumulada na superfície. Sua atmosfera era provavelmente constituída por metano, amônia, gás hidrogênio e vapor d'água, entre outros compostos. À medida que o planeta foi se esfriando, acumulou-se água nas depressões da crosta, e assim se originaram os primeiros lagos e mares da Terra .Com o aparecimento dos seres vivos, uma nova camada passou a fazer parte da constituição da Terra: além da litosfera (constituída pelas rochas e pelo solo), da hidrosfera (constituída pelas águas) e da atmosfera (constituída pelo ar), passou a existir a biosfera, representada pelos seres vivos e pelo ambiente em que vivem.

O conceito de biosfera

Biosfera, em sua definição mais simples, é o conjunto de regiões da Terra onde existe vida. O termo "biosfera" foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre os vários envoltórios da Terra. Em 1926 e 1929, o mineralogista russo Vladimir Vernandsky (1863-1945) consagrou definitivamente o termo, utilizando-o em duas conferências de sucesso. Embora a palavra "biosfera" nos leve a pensar em uma camada contínua de regiões propícias à vida em torno da Terra, isso não é exatamente verdade. A espessura da biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de haver locais onde a vida é escassa ou mesmo inexistente.

Por exemplo, em mares, lagos, florestas, pântanos e campos ,a vida é abundante e variada. Há, porém, áreas tão secas ou tão frias que dificultam, ou até impedem, o desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É o caso das regiões quentes e desertas localizadas na faixa equatorial e das regiões geladas situadas junto aos pólos, onde poucas espécies conseguem viver.

A maioria dos seres terrestres vivem em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de altitude. No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade .De acordo com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos 13.000 Km de diâmetro da Terra.

Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua superfície.
Biocenose, Biótopo, Habitat e Ecossistema
Biocenose ou comunidade biológica

As diversas espécies que vivem em uma mesma região constituem uma comunidade biológica, também chamada biota ou biocenose. O termo "biocenose" (do grego bios, vida, e koinos, comum, público) foi criado pelo zoólogo alemão K.A. Möbius, em 1877, para ressaltar a relação de vida em comum dos seres que habitam determinada região. A biocenose de uma floresta, por exemplo, compões-se de populações de arbustos, árvores, pássaros, formigas, microorganismos etc., que convivem e se inter-relacionam.
Biótopo
Para viver, a biocenose depende de fatores componentes físicos e químicos do ambiente. Em seu conjunto, esses componentes formam o biótopo (do grego bios, vida, e topos, lugar), que significa "o local onde vive a biocenose". No exemplo da floresta, o biótopo é a área que contém o solo (com seus minerais e água) e a atmosfera (com seus gases, umidade, temperatura, grau de luminosidade etc.). Os fatores abióticos do biótopo afetam diretamente a biocenose, e também são por ela influenciados. O desenvolvimento de uma floresta, por exemplo, modifica a umidade do ar e a temperatura de uma região.

Habitat
Habitat significa "o local onde vive determinada espécie". Tem sentido mais restrito de que biótopo, que se refere ao local onde vive toda a biocenose. Se quisermos falar do local onde vivem as girafas, devemos usar o termo habitat. Mas se quisermos nos referir ao local onde vive a biocenose da savana, falamos em biótopo.

Ecossistema

O conjunto vivo formado pela biocenose e pelo biótopo em interação é chamado ecossistema. Uma floresta, considerada em sua totalidade, isto é, com seus fatores abióticos e comunidades de seres vivos em interação, constitui um ecossistema.A destruição das Espécies e dos Ecossistemas Na Europa , 400 anos atrás, havia cerca de 9 milhões de quilometros quadrados de florestas, hoje existem menos de 2 milhões. Do século XVII até hoje, foram exterminadas centenas de espécies de aves e mamíferos e outras tantas estão ameaçadas de extinção.
Também alguns Ecossistemas são destruídos e ameaçados, juntamente com as especies de animais que vivem neles. Exemplo disso, é a eliminação sistemática dos pântanos nas regiões temperadas. Isso é um erro, porque os pântanos funcionam como esponjas, regulando os níveis dos lençois de água subterrânea : alimentam esses lençois no verão e recolhem a água nas estações chuvosas, evitando inundações.
Outros Ecossistemas que correm grave risco são as florestas tropicais. Elas são destruídas para dar lugar a lavouras, estradas, instalações industriais, e, para extração de madeira. Com o desmatamento, elimina-se a cobertura vegetal que protege o solo da erosão provocada pelas águas correntes e isso facilita as inundações.
O desmatamento de grandes extensões provoca mudanças no clima, que se torna mais árido. A ECOLOGIA nos ensina que que a manutenção das espécies e dos Ecossistemas, é um dos aspectos mais importantes da conservação da natureza. Pântanos e florestas, e também todos os outros ecossistemas devem ser respeitados, porque constituem um elemento fundamental do grandioso mecanismo da vida na natureza.
Exemplos de Ecossitemas No fundo do mar : Mesmo onde a água é muito rasa, o fundo do mar abriga uma grande variedade de animais que, em sua maioria, vivem fixados às pedras ou se deslocam muito lentamente. Os mais típicos e numerosos habitantes do fundo, pertencem ao grupo dos Equinodermos( do grego, pele espinhosa), entre eles estão o ouriço-do-mar, as estrelas do mar e os Holuturióides, também chamados de pepino-do -mar. Num costão rochoso : Nesse ambiente agitado, só conseguem viver animais capazes de permanecer firmemente aderidos às rochas, senão seriam varridos pelas ondas.
Nesse ambiente vivem também outros animais, como cracas, crustáceos fixos de aparência curiosa e pequenos caranguejos que se movimentam agilmente entre as irregularidades das rochas. Debaixo das pedras : Levantando-se uma pedra, no campo, em qualquer jardim, é quase certo que encontraremos numerosos animaizinhos, geralmente tatuzinho, lacraias, centopéias, besouro, carrapatos. Em uma fonte : Qualquer fonte de jardim, pode constituir um pequeno ambiente muito rico em formas de vida.
Nos tanques, se a água estiver limpa, pode-se observar no fundo, uma espécie de algodão verde, formado por muitos filamentos, são as algas verdes. Nos parques e jardins : localizados no interior das cidades, estes parques e jardins são tranquilas ilhas de vegetação, abrigando uma fauna muito rica em pardais, sabiás, pombas, esquilos, serelepes e uma infinidade de outras aves e animais. Mas nestes parques, os animais são tratados e alimentados pelo homem, o que já não acontece na periferia urbana, sobretudo nos campos e terrenos baldios, colonizados por uma flora muito especial. Aí, sem a interferência humana, criou-se um habitat natural para uma enorme quantidade de pequenos animais. "Mesmo entre prédios, ruas, carros, enfim, no ambiente artificial de uma cidade, os animais e plantas são capazes de invadir e até de conquistar pequenos ambientes, onde sobrevivem e se reproduzem".
A Destruição dos Recursos Naturais
Água, madeira, solo, plantas, minerais, são recursos que existem na Terra, para melhorar a vida do Homem. Mas tem havido um exagero nesse aproveitamento e, como as riquezas na Terra não são inesgotáveis, está havendo uma devastação generalizada desses recursos. A prática da monocultura, torna as terras improdutivas, que logo são abandonadas.
A destruição da cobertura vegetal protetora, os cultivos errados, o excesso de pastagens, acabam com a vegetação. A erosão, que provoca uma desertificação, a aridez, enfim, tudo isso torna os ambientes inabitáveis.
DESERTIFICAÇÃO
Desertificação é o empobrecimento dos ecossistemas áridos, semi-áridos e subúmidos em virtude de atividades humanas predatórias e, em menor grau, de mudanças naturais. Atualmente, 34% (49.384.500 km²) das terras emersas do planeta são propensas à desertificação. As áreas mais afetadas são o oeste da América do Sul, o Nordeste do Brasil, o norte e o sul da África, o Oriente Médio, a Ásia Central, a Austrália e o sudoeste dos Estados Unidos.
Desde a primeira Conferência Mundial sobre Desertificação, no Quênia, em 1977, os cientistas têm mostrado que o aumento das regiões áridas do mundo não decorre somente da progressão natural dos desertos , em geral resultado de alterações climáticas e fenômenos tectônicos ao longo de milhares de anos. Esse alastramento vem sendo provocado principalmente pelo homem, por meio do desmatamento de extensas áreas de floresta; da agropecuária predatória, que emprega técnicas inadequadas de cultivo e pastoreio; e de alguns tipos de mineração, como a extração dos cristais de rocha, que removem a camada superficial do solo. Essas atividades levam à diminuição da cobertura vegetal, ao surgimento de dunas, ao esgotamento dos solos, à perda de água do subsolo, à erosão e ao assoreamento dos rios e lagos.
E o problema é agravado pelo efeito estufa , pela chuva ácida e pelo buraco na camada de ozônio. Quando o solo se desertifica, as populações buscam outras terras, onde repetem os mesmos erros cometidos anteriormente. Com isso criam novas áreas desertificadas, num ciclo contínuo. A conseqüência é a migração, que acaba formando cinturões de pobreza ao redor dos centros urbanos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem atualmente 500 milhões de refugiados ecológicos em todo o mundo, número que deve dobrar até o final da década. Esses refugiados foram obrigados a abandonar suas terras devido à degradação ambiental.
A desertificação, a longo prazo, poderá causar uma diminuição drástica das terras férteis, o que, aliado ao aumento da demanda por alimentos, pode levar a um aumento da fome no mundo. Para evitar que isso ocorra, é necessário conter o avanço dos desertos com medidas como o reflorestamento, o controle do movimento das dunas e a rotação de culturas. É possível também controlar a erosão com o plantio em terraços e curvas de nível nos terrenos inclinados e o cultivo direto sobre os restos da cultura anterior, evitando a exposição do solo ao sol, à chuva e ao vento. Aquecimento Global
Na medida em que o gelo derrete das calotas polares, o nível do mar se eleva, provocando a inundação de terras mais baixas e, talvez, a submersão de países inteiros no Oceano Pacífico. O derretimento das geleiras das montanhas poderá provocar avalanches, erosão dos solos e mudanças no fluxo dos rios, aumentando o risco de enchentes.
Alterações bruscas na composição da Atmosfera poderão desencadear mudanças dramáticas no clima. Furacões, tormentas e enchentes, de um lado, secas graves, de outro, poderão se tornar mais frequentes. Tudo isso vai repercutir negativamente na produção dos alimentos, levando à extinção de várias espécies. Se a temperatura do planeta aumenta, aumentam também as ocorrências de epidemias, a proliferação de bactérias e outros organismos prejudiciais à saúde humana.

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Planeta perde 70 espécies de vida por dia



Planeta perde 70 espécies de vida por dia


“O Estado de São Paulo”, domingo, 17 de dezembro de 1995. Biólogos alertam para destruição sem precedentes nos últimos 50 milhões de anos .


DER SPIEGEL


Era uma vez a Trilidea adamsi, uma bela flor na selva neozelandesa, com formato de tubos vermelhos e frutas cor de fogo. É possível que nessa flor existisse uma substância capaz de curar a AIDS, o câncer ou um dermatite qualquer. Mas ninguém saberá ao certo. Em 1954, floresceu o último exemplar da espécie.


A flor sumiu aos poucos. A princípio, ocorreu uma diminuição do seu espaço vital. Os moradores nativos e os imigrantes europeus destruíram as florestas. Com o desaparecimento das árvores, sumiram também os pássaros que se encarregavam de espalhar as sementes. Finalmente, as plantas foram atacadas por uma raposa que os ingleses trouxeram da Austrália.


A morte desta flor neozelandesa foi o ato final de um drama que está se repetindo em milhares de outros lugares. Está ocorrendo uma mortandade em massa de espécies, sem precedentes nos últimos 50 milhões de anos: por hora morrem três espécies, calcula o biólogo evolucionista Edward Wilson. São mais de 70 espécies por dia, 27 mil por ano. Cada espécie representa um produto único e irrecuperável da vida, desenvolvido no decorrer de milênios.


Ameaça Cerca de 25% das espécies estão ameaçadas de morte nos próximos 25 anos, segundo pesquisadores do Nacional Science Board dos Estados Unidos. O ex-diretor geral de Agricultura e alimentação (FAO), Edouard Saouma, diz que “o futuro da humanidade pode depender do sucesso na defesa da multiplicidade de espécies e de como esse material pode ser usado sem prejudicar a natureza”.


As flores, da mesma maneira que os insetos e as cobras, levam consigo substâncias aromáticas, hormônios e venenos quando desaparecem. Cada uma dessas substâncias é um precioso medicamento em potencial. Além disso, com a perda de cada espécie, o homem prejudica o delicado equilíbrio biológico, que permite a multiplicidade da vida.


Como é possível salvar milhões de espécies ameaçadas pelo Homo sapiens? Justamente nos países onde a natureza mais precisa de proteção, a miséria dos habitantes é maior. E quem pode forçar os moradores do Terceiro Mundo, em nome de algumas libélulas ou papagaios, a desistir de pastos ou de campos agrícolas?


É por isso que mais biólogos exigem uma reforma radical na proteção da natureza. Segundo o botânico suíço Peter Edwards, “a questão não é saber o que a proteção da natureza nos custará, mas o preço da destruição da biodiversidade”. Os pesquisadores vêem aliados nos grandes grupos farmacêuticos. “Para a indústria farmacêutica, a natureza é uma mina de ouro”,

comenta a pesquisadora Lynn Caporale, dos Laboratórios Merck.


Sua empresa assinou um contrato com o Instituto de Multiplicidade Biológica (Inbio) de Costa Rica. Em troca de uma verba de US$ 2 milhões, o Imbio coleta plantas e animais e envia seus extratos para o setor de pesquisas da Merck.

Ecologia, uma rápida definição

ECOLOGIA: ECOSSISTEMA

Ecologia, uma rápida definição:

Ecologia é um conceito que a maioria das pessoas já possui intuitivamente, ou seja, sabemos que nenhum organismo, sendo ele uma bactéria, um fungo, uma alga, uma árvore, um verme, um inseto, uma ave ou o próprio homem, pode existir autonomamente sem interagir com outros ou mesmo com ambiente físico no qual ele se encontra. Ao estudo dessas inter-relações entre organismos e o seu meio físico chama-se Ecologia.

Mas, para termos uma definição histórica: “Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto de conhecimentos relacionados com a economia da natureza - a investigação de todas as relações entre o animal e seu ambiente orgânico e inorgânico, incluindo suas relações, amistosas ou não, com as plantas e animais que tenham com ele contato direto ou indireto, - numa palavra, ecologia é o estudo das complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições da luta pela vida”. Foi assim que Ernest Haeckel, em 1870, definiu ecologia.

Assim, como em qualquer outra área, em Ecologia são definidas unidades de estudo, as quais são fundamentais para melhor compreensão desta Ciência. Utilizando-se um modelo de níveis de organização, fica mais fácil de compreendermos as unidades de estudo da Ecologia. Vejamos o modelo abaixo dos níveis de organização:

O que é um Ecossistema?

Antes de definirmos, exatamente o conceito de ecossistema, o qual é fundamental para a compreensão desta ciência, podemos encontrar na figura 1, um outro conceito importante que é o de níveis de organização, o qual pode ser entendido como um conjunto de entidades, sejam elas genes, células, ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem crescente de complexidade.
Níveis de organização

Em Ecologia, são estudados os níveis da direita, ou seja, de espécies até biosfera. É fundamental, entretanto uma breve explicação de cada uma destas divisões (unidades ou entidades):

A - Espécie - dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se reproduzir, originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a menos que haja a intervençãohumana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.

B- Populações - são formadas por organismos da mesma espécie, isto é, um conjunto de organismos que podem se reproduzir produzindo descendentes férteis.
C- Comunidades - um conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos, animais ou vegetais existentes em uma determinada área, constituem uma comunidade; também se pode utilizar o conceito de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal, etc.
Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental entendermos dois parâmetros importantes em Ecologia; a todos os componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas, temperatura, luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada de componentes abióticos.

D- Ecossistemas - em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio ambiente, ou dito de outra forma, a todas as relações entre os fatores bióticos e abióticos em uma determinada área, chamamos ecossistema.
Ou de outra forma, podemos definir ecossistema de acordo com o modelo 1 acima, como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe definirmos o conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m) uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat do lobo guará é o cerrado.

Biosfera - A terra é composta por vários ecossistemas sejam eles aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de todos estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera seria a parte na qual ocorre vida no planeta e na qual a vida tem o poder de ação sobre o mesmo.
1- O que é biodiversidade?

NÃO CONFUNDA:
Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo de ecossistema, no entanto ao contrário do segundo que implica nas inter-relações entre fatores bióticos e abióticos, o primeiro significa uma grande área de vida formada por um complexo de hábitats e comunidades, ou seja, apenas o meio físico (área) sem as interações. Ex.: Bioma cerrado, bioma mata atlântica.

Mapa do Brasil mostrando os principais ecossistemas brasileiros
Onde começa e termina um ecossistema?
Qual o real tamanho de um?
É difícil dizer onde começa ou termina um ecossistema, ou seja, qual ou quais os seus limites; entretanto para uma melhor compreensão e mesmo a possibilidade para investigações científicas existem algumas convenções adotadas.
Assim, por exemplo, pode-se adotar inicialmente uma separação entre os meios aquáticos e terrestres. Desta forma, teríamos uma primeira distinção entre ecossistemas aquáticos e terrestres.
Por ecossistema aquático, entenderíamos todos os lagos naturais, ou artificiais (represas), rios, mares e oceanos. Já em relação aos ecossistemas terrestres, florestas, desertos, tundras, pradarias, pastagens, etc. seriam exemplos.

Mas, e com relação às dimensões de um ecossistema?
Para efeito de estudo, geralmente são determinadas o dimensões que não existem naturalmente, desta forma, um vaso, um aquário, ou mesmo uma cidade inteira são exemplos de ecossistemas criados pela ação humana, pois é interessante notar que nem sempre são.
Assim fica claro, que um ecossistema pode ter desde alguns cm2 até milhares de km2!
2- Qual o menor ecossistema do mundo?
Resposta
Exemplos de ecossistemas: terrestres e aquáticos
Para uma melhor compreensão, pode-se inicialmente separar os ecossistemas em duas categorias de acordo com o meio em que ocorrem: ecossistemas terrestres e aquáticos: Para os ecossistemas terrestres poderíamos enumerar os seguintes:

Florestais - Podem ser formados no Brasil por vegetação de cerrado, caatinga, matas ciliares, mata atlântica e floresta amazônica; sendo caracterizados por apresentar uma grande estratificação, ou seja, existem plantas e animais ocorrendo em diferentes alturas (estratos);
Campos e pastagens - Compostos principalmente por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas.
A fauna por sua vez, é caraterizada pelo predomínio de animais herbívoros e granívoros (que se alimentam de grãos) tais como roedores (ratos), pequenas aves e cervídeos (veados).

Aspecto geral da vegetação de cerrado. Formação vegetal característica do Planalto Central brasileiro, onde notam-se a presença de árvores de pequeno porte com troncos retorcidos e casca grossa e predomínio de vegetação rasteira
Aspecto do interior de mata-ciliar, ou floresta de galeria.
Vegetação característica de margens de pequenos rios e córregos.
Este tipo de vegetação é considerado atualmente, como uma área fundamental de preservação, pois está intimamente relacionado com a manutenção do fluxo e da qualidade da água.
Por esta razão, as matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas áreas de preservação permanente, ou seja, em hipótese alguma podem ser removidas para qualquer tipo de atividade humana.
Aspecto geral da Mata - Atlântica, que com mais de 3000 quilômetros de extensão, é um dos ecossistemas com maior diversidade de espécies do Brasil e do planeta. Para exemplificar esta riqueza, basta dizer de que cada duas árvores encontradas na mata Atlântica, uma só é encontrada nesta floresta. Ou seja, 50% das árvores só existem aqui e nenhum outro lugar do mundo.

Dunas - No Brasil, não existem desertos, e sim dunas que ocorrem em algumas regiões (Sul e Nordeste), e caracterizam-se por apresentarem solos arenosos, vegetação rasteira - porém escassa - e uma fauna pouco diversificada.

Aspecto geral das dunas. Formação caracterizada por pouca vegetação, e por sofrer forte influência do vento (eólica)Já em relação aos ecossistemas aquáticos, teríamos:
Lagos - Aqui enquadram-se todos os ecossistemas de águas paradas, ou lênticos (de lenis, calmo); além de lagos, temos também represas e tanques .

Rios - Além dos rios, teríamos ainda riachos e mananciais; são chamados também de lóticos (de lotus, lavado).
Barragem, com lago artificial.
Em países em desenvolvimento, como no caso do Brasil, a energia gerada através do represamento de rios (hidroelétricas) tem sido, e ainda será a principal fonte energética, devido à disponibilidade de recursos e o custo relativamente baixo.

Mares - Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que também são chamadas de pelágicas.

Oceanos - Os oceanos, são grandes (cobrem 70% da superfície terrestre), profundos e contínuos, pois todos - Pacífico, Atlântico e Índico - são interligados; as principais características destes ecossistemas estão relacionadas as correntes, provocadas pelos ventos e a própria rotação da Terra, e também a salinidade;
Oceano Atlântico. Os oceanos e mares são as fontes mais ricas de vida do Planeta.
Existem também, uma série de regiões que não poderiam ser enquadradas nem como ecossistemas aquáticos, e nem como terrestres. Seriam:
Mangue - Na verdade, o correto chamar-se de manguezal e não mangue, pois a denominação vem da grande quantidade desta planta, ou seja, o mangue. Trata-se de um ecossistema pantanoso, constantemente alagado com uma vegetação arbustiva e uma fauna caracterizada pela grande presença de siris e caranguejos. O mangue ocorre geralmente junto a desaguadouros de rios e/ou próximos a praias.
Paredões rochosos e praias - Ambos ecossistemas são fortemente influenciados pela água do mar, seja através das marés, ou da pressão exercida pela água.

Brejos - Qualquer área que fique coberta por água doce, pelo menos em alguma época do ano é considerado um alagado; uma das espécies vegetais mais comuns neste tipo de ecossistema é a Taboa. Os brejos também são importantes, pois abrigam uma grande variedade de espécies de aves e mamíferos aquáticos ou semi-aquáticos. 3-
As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a manutenção de um regime pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70, um jornalista estrangeiro por ocasião de uma visita a Amazônica, querendo enaltecer a importância da floresta, afirmou que a mesma era o “pulmão do mundo”, sendo a responsável pela manutenção da taxa de oxigênio da atmosfera. Esta afirmação está incorreta. Você poderia dizer qual o verdadeiro “pulmão do mundo?".
Resposta
Aspecto da praia e do mar, dois ecossistemas intimamente relacionados.
-(a) e (b) Ambiente lótico, ou seja, de água corrente.
(c) Detalhe do interior de uma caverna, ambiente este que é caracterizado pela ausência total e permanente de luz.

Lagoa de dessedentação.
Este tipo de lagoa é chamado de dessedentação, pois é utilizada para dessedentar o gado. Dessedentar significa saciar a sede.
Estas lagoas podem ser tanto naturais, como artificiais.
Também são importantes, pelo fato de que como qualquer outro reservatório de água estarem sujeitos ao estabelecimento de organismos nocivos aos animais e também ao homem, pois várias doenças têm o seu ciclo passando pela água.
- Manguezal.

Defendas as Baleias

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WWF-Brasil

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