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1 de outubro de 2007

ENERGIA SOLAR


Milão, Italy — Relatório lançado pelo Greenpeace mostra que geração de eletricidade por painéis solares será competitiva na próxima década, com mercado de 300 bilhões de euros por ano em 2030.
Um relatório lançado hoje pelo Greenpeace e a Associação da Indústria Fotovoltaica Européia (AIFE) prevê um futuro brilhante para a indústria da energia solar. O relatório





(1) demonstra o crescimento acentuado do mercado fotovoltaico dos últimos anos e projeta que essa indústria pode atingir um volume anual de 300 bilhões de euros até 2030, criando 6.5 milhões de empregos e suprindo 9,4% da demanda mundial por eletricidade. O relatório enfatiza os benefícios e a forma de proporcionar energia elétrica a 2,9 bilhões de pessoas vivendo em países em desenvolvimento, como o Brasil. O recente incremento da eletricidade fotovoltaica é apenas uma amostra do que está por vir. “A utilização de painéis solares fotovoltaicos pode eliminar a emissão de bilhões de toneladas de CO2, criar milhões de empregos e levar eletricidade a bilhões de pessoas que hoje não têm acesso à rede elétrica”, afirma Sven Teske, coordenador da campanha internacional de energia renovável do Greenpeace.


“Os geradores solares logo estarão competindo com centrais elétricas, já que produzem eletricidade a preços competitivos exatamente onde ela é necessária – nas casas.” Desde 1998, o mercado de energia solar fotovoltaica cresceu a uma taxa de 35% por ano e hoje gira mais de 9 bilhões de euros anualmente. Em 2006, a capacidade total instalada de sistemas fotovoltaicos atingiu um novo pico de 6.500 MWp, comparado aos 1.200 MWp de 2000. Esse crescimento mostra que, em algumas áreas, será mais fácil tornar-se competitivo nos preços finais para o consumidor até 2015.


A indústria solar é um elemento-chave para reduzir a emissão de gases estufa relacionada ao consumo energético. Em 2030, a taxa de redução anual de emissões de CO2 deve estar em torno de 1 bilhão de toneladas/ano, o equivalente às emissões totais da Índia no ano de 2004, ou às emissões de 300 usinas termelétricas a carvão. O saldo acumulado de economia de emissões atingiria 6,6 bilhões de toneladas em 2030. Segundo Winfried Hoffmann, da AIFE, “a indústria solar fotovoltaica vai investir, de agora até 2010, 14 bilhões de euros na expansão de fábricas de painéis fotovoltaicos no mundo todo. A produção em massa vai possibilitar a redução dos custos e esperamos ter preços finais competitivos para o consumidor, em determinadas regiões, até 2015.


” O Greenpeace e a AIFE conclamam os governos a garantirem investimentos em energia fotovoltaica, incentivando programas como as tarifas feed-in que garantem um preço fixo para cada kilowatt-hora de energia solar disponibilizado à rede elétrica. “A indústria está comprometida a fazer da geração de energia fotovoltaica um sucesso, mas necessita de ajuda e de vontade política. O mundo está pronto para uma revolução energética, mas os governos têm que apoiar sua retórica contra o aquecimento global em ações concretas para o desenvolvimento das energias renováveis, como a tecnologia fotovoltaica”, concluiu Teske.


Veja também:


(1) Geração Solar 4 – Eletricidade solar para mais de um bilhão de pessoas e dois bilhões de empregos até 2020 – AIFE/Greenpeace Internacional, setembro de 2007.
O Greenpeace e a Associação da Indústria Fotovoltaica Européia produziram a quarta edição do relatório Geração Solar, com atualizações sobre a contribuição que a energia solar pode trazer para a oferta global de energia. O nome Geração Solar significa que o estudo pretende definir o papel da energia solar para a população que nasce hoje no planeta e será consumidora de energia.

A TERRA EM PERIGO EMINENTE



O metano [De meta2 + -ano2.]


Ë um gás inodoro, incolor e formeno, sua molécula é tetraédrica e apolar (CH4), de pouca solubilidade na água, quase todos os gases naturais o contém, quando adicionado ao ar se transforma em mistura de alto teor explosivo.


O mais simples dos hidrocarbonetos.Principais fontes de metano são:emanação através de vulcões de lama e falhas geológicas; decomposição de resíduos orgânicos; fontes naturais (pântanos): 23%; extração de combustível mineral: 20% (Metano é extraido de depositos geológicos como um combustível mineral juntamente com outros combustíveis hidrocarbonetos); o processo de digestão em animais herbívoros: 17%; bactérias encontradas em plantações de arroz: 12%; aquecimento ou combustão de biomassa anaeróbica; 60% da emissão de metano no mundo é produto da ação humana, vindo principalmente da agricultura.


Durante os últimos 200 anos, a concentração deste gás na atmosfera aumentou de 0,8 para 1,7 ppm.O metano é também chamado de biogás, pois pode ser produzido pela digestão anaeróbica de matéria orgânica, como lixo e esgoto, através de microorganismos chamados archaea.A altas pressões, como as encontradas no fundo dos oceanos, o metano forma um clatrato sólido com a água. Uma quantidade desconhecida, mas provavelmente enorme de metano está presa no sedimento marinho nesta forma. A liberação deste metano do sedimento é sugerido como possível causa de aquecimento global em eras antigas na Terra, como há 55 milhões de anos atrás, no Paleoceno-Eoceno.

Nome IUPAC Metano Nomes usuais Gás-dos-pântanos;Hidreto de metila Fórmula química CH4 Massa molar 16,04 g/mol Número CAS 74-82-8 Comportamento de fase Ponto de fusão 90,6 K (-182,5°C) Ponto de ebulição 111,55 K (-161,6°C) Ponto tríplo 90,67 K (-182,48°C)0,117 bar Ponto crítico 190.6 K (-82.6°C)46 bar ΔfusH - ΔvapH 8,17 kJ/mol Propriedades gasosas Densidade 0,722 g/dm³ ΔfH0gas -74,87 kJ/mol S0gas 188 J/mol·K Cp 35.69 J/mol·K Segurança Símbolos de risco F+Facilmente inflamável Frases de Risco e Segurança R: 12S: 9-16-33 Ponto de fulgor -188°C Temperatura de auto-ignição 600°C Limites explosivos 5-15% Efeitos agudos Asfixia; em casos severos de inconsciência, parada cardíaca ou sequelas no sistema nervoso central.


O composto é transportado como um líquido criogênico, exposição a ela causará ulceração obviamente.
Formula do gás metano
molécula do gás metano

23 de julho de 2007

Controle no zôo de SP motivou matança de animais, crê polícia

Controle no zôo de SP motivou matança de animais, crê polícia
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SÍLVIA CORRÊAFABIANE LEITEda Folha de S.PauloA implantação de controles que passaram a dificultar de pequenos desvios a grandes fraudes no Zoológico de São Paulo é a explicação mais provável para a motivação do envenenamento que causou a morte de pelo menos 73 animais da instituição desde 24 de janeiro.
Com interesses contrariados --e lucros reduzidos--, algumas pessoas puseram em prática um cuidadoso plano de vingança. É nessa direção que se concentram quase todos os indícios coletados até agora pela Polícia Civil paulista e as apostas dos próprios membros do comando da fundação.
A direção do zôo começou a ser alterada em fevereiro de 2001, processo que culminou com a troca do diretor-presidente da instituição em julho daquele ano. De lá para cá, um conjunto de cinco medidas foi gradualmente adotado para reformular gastos, criar controles e barrar sucessivas irregularidades na fundação. As cinco principais ações foram:contagem e cadastro dos bichos, com a adoção de anilhas fechadas, tatuagens ou implantação de microchips em todo o acervo; impedimento de entrada de animais apreendidos sem autorização; proibição de doação de excedentes a criadouros comerciais e necessidade de aprovação de todas as doações por um conselho; revisão de contratos de fornecimento de produtos e serviços, com controle de estoque; implantação do PAP (Programa de Aprimoramento Profissional), que abriu as portas do zôo a dezenas de novos profissionais a cada ano.Listadas assim, as ações parecem simples.
Mas o fato é que, antes delas, é quase inimaginável como era a vida zoológico adentro, inclusive durante a gestão Mário Covas-Geraldo Alckmin (1995-2002), segundo relatos feitos à Folha por membros do próprio governo tucano. Naquela época, a fundação era vinculada à Secretaria Estadual de Esportes e Turismo, cujo então titular, Marcos Arbaitman, mantinha um assessor dentro dos limites do parque.Setor extra: o favelãoA falta de contagem e de cadastro dos animais criou, ao longo dos anos, o que funcionários do alto escalão do parque definiram à reportagem como "favelão".Eles se referem ao setor extra, nome dado à área que abriga todos os animais que não estão no percurso de exposição (4 km) por motivos diversos --excesso de espécies, doença, reprodução etc.-- e que, coincidência ou não, registrou a maior parte das mortes por envenenamento neste ano.
Não havia no local nenhum controle de quais eram nem de quantos eram os bichos lá estocados --o que significa que não havia regras de reprodução nem registros de entrada e de saída.Na prática, o descontrole servia a interesses tão definidos quanto escusos. Para alguns, o zôo era uma grande incubadora --eles lá criavam, alimentavam e reproduziam suas espécies, à custa basicamente do dinheiro público, vendendo depois os bichos (em geral, aves), em proveito próprio.Outros usavam o parque para "esquentar" animais. Ou seja: capturados clandestinamente, muitas vezes sob encomenda, os bichos eram introduzidos irregularmente no estoque do zôo e, de lá, doados a criadores --inclusive os classificados como comerciais.Na doação, porém, o crime inicial --roubo, caça clandestina, tráfico ou qualquer outro-- sumia, pois na ficha do animal passava a figurar uma origem bem conhecida: o Zoológico de SP.Em 2001, a primeira contagem feita no acervo pela atual gestão do parque indicou que havia 4.500 bichos no zôo, 30% deles sem origem declarada. Do total, 2.000 estavam no setor extra --44% do acervo--, mas a área guardava mais da metade dos clandestinos do parque. Em 31 de dezembro de 2003, o acervo da fundação já caíra a 4.081 animais e apenas 29% deles estavam no setor extra (1.200), número que deve ser menor no final deste ano.Em meados da década de 90, o descontrole era tanto que os funcionários justificam o inchaço do setor extra dizendo que os animais eram arremessados para dentro do parque pelos muros da fundação. Nos últimos três anos, porém, desde que o acervo foi totalmente catalogado, nenhum espécime apareceu pelo muro.Hoje, as aves recebem anilhas nas patas ainda filhotes. Quando crescem, os anéis de identificação já não saem mais de seus corpos.
Os répteis estão tatuados, e os mamíferos, chipados --procedimento já adotado em cerca de 80% dos exemplares do acervo.Novatos e a greveInteresses diversos não foram contrariados apenas com o cadastramento e as regras de entrada e saída dos bichos. Fornecedoras de serviço e produtos ao zôo há mais de 20 anos, muitas empresas tiveram de passar por licitação e perderam, permitindo uma redução de cerca de 20% nos custos de manutenção do parque.Mais: acostumados a fazer a feira na despensa do zoológico --levando até remédios para casa--, muitos trabalhadores tiveram de abandonar o hábito, já que o estoque passou a ser controlado.Para os funcionários, porém, houve uma mudança ainda mais radical. Conhecida pela baixa rotatividade de seus empregados --o tempo médio de casa é superior a dez anos--, a fundação abriu as portas a profissionais recém-formados na área de biociências (veterinários, biólogos e zootécnicos) e deu a eles funções de confiança na administração.Os 14 PAPs, como são chamados --uma referência às iniciais do Programa de Aprimoramento Profissional--, se opuseram a velhas práticas de gestão e, num momento crucial, mantiveram o zôo aberto mesmo sem 70% dos 231 celetistas: chefiando 11 presos reeducandos e 25 estagiários, os PAPs assumiram áreas desfalcadas durante os cinco dias da primeira greve da história da fundação, em junho de 2003.Os suspeitosCruzados esses ingredientes com fichas funcionais, escalas de plantão, conhecimento do parque, antecedentes pessoais e acesso de cada um dentro das instalações, a Polícia Civil listou dez principais suspeitos das mortes dos 73 animais envenenados.São pessoas que ainda trabalham no zôo e ex-funcionários. Seriam alguns dos beneficiados pelas irregularidades incorporadas havia décadas ao cotidiano da instituição. Em fevereiro, 16 trabalhadores foram afastados do contato com os animais.Os assassinos agiram em grupo, não há dúvida. Com um veneno incolor, inodoro, insípido e hidrossolúvel, aparentemente não queriam deixar rastros, mas foram atropelados pela ousadia: despertaram a suspeita de crime ao atacar, em série, exatamente as maiores atrações do parque.Mesmo com a repercussão do caso, o zôo sustenta que, descontada a perda dos animais, não teve até agora outros prejuízos. Apesar de o número absoluto de visitantes ter sido menor na comparação de fevereiro passado com o mesmo mês de 2003 --36.803 contra 52.228--, a fundação atribui a queda ao número de "dias úteis" --com sol e parque aberto-- registrado neste ano: 14 contra 22.Especial
Saiba mais sobre as mortes no zôo


Experimentar a beleza
Nosso mundo é um lugar fascinante e bonito, enchido com muitas maravilhas da natureza, da cultura e mesmo de estruturas sintéticas.
Ser espantado pelos megastructures que seemingly defy leis da natureza e compreendem os funcionamentos intricados do infrastructure de cidades grandes como New York. Awed pela beleza natural do paradise Tailândia, ou aprender mesmo sobre fazer do vinho!
Enthralled por esta série de 8 porções, mundo da maravilha, trazido a você por Airways Thai.
Travar o
mundo da maravilha na canaleta geográfica nacional que começa cada

11 de junho de 2007

Maior floresta do Nordeste ameaçada pela indústria do carvão



Maior floresta do Nordeste ameaçada pela indústria do carvão
Mais de 300 fornos para fabricação de carvão continuam funcionando dia e noite.

Tânia Martins, de Serra Vermelha

23 de Maio de 2007

Não é por falta de argumentos científicos, técnicos e jurídicos que o Projeto Energia Verde ainda não foi cancelado definitivamente. O projeto da empresa JB Carbon S/A, instalado na Serra Vermelha, no Sul do Piauí tem com objetivo de transformar 78 mil hectares de floresta nativa em carvão vegetal. Além de uma moção do Conselho Nacional do Meio Ambiente, sugerindo a criação de um parque nacional na área, existe uma ação civil pública na Justiça Federal proposta pela Procuradoria da República; três ações discriminatórias no Interpi - Instituto de Terras do Piauí); um parecer contrário ao empreendimento do próprio procurador do Ibama; um pedido de assistência litisconcensual do Ministério Público Estadual; uma ação da Procuradoria do Trabalho, além de inúmeros pareceres e argumentos técnicos de especialistas, apontando as falhas e condenando o projeto.

Fotos: André Pessoa

Passados cinco meses da suspensão do manejo pela Diretoria de Floresta do Ibama, o futuro da Serra Vermelha ainda é incerto. Os defensores da região, que abriga uma das maiores biodiversidades do interior nordestino, temem que a força do poder econômico se sobreponha aos interesses ambientais. A posição do Ministério do Meio Ambiente, segundo o diretor de Áreas Protegidas, Maurício Mercadante, será a de trabalhar pela criação do Parque Nacional Serra Vermelha.
Enquanto não há uma decisão, denúncias de trabalhadores rurais revelam que os mais de 300 fornos da empresa continuam funcionando dia e noite.
Os ambientalistas temem o pior uma vez que o Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Piauí defendem a empresa JB Carbon S/A com todos os seus poderes. A ligação entre público e privado está invertida a tal ponto que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do
Piauí coloca textos defendendo o negócio em sua página oficial na internet.
O projeto teve licença prévia da Secretaria do Meio Am-
biente e a de desmate pelo Ibama do Piauí, ainda em 2005. De uma tacada só o órgão estadual autorizou a destruição de 39.225 mil hectares de uma floresta onde jamais o homem havia estado antes e onde pode haver uma grande riqueza natural, segundo o cientista do Museu de Zoologia da USP, Hussam Zaher, que já pesquisou na região.

Importância biodiversa
Estudos prévios realizados por técnicos do Ibama de Brasília, detectaram a vegetação como sendo Caatinga, Cerrado e enclaves de florestas altas, reconhecidas e catalogadas como elementos da Mata Atlântica. "Trata-se de formação florestal que permanece verde mesmo durante a seca, bastante densa e com dossel alto", diz o relatório.
De acordo Hussam, a fauna da região é singular. "Existe uma diversidade inimaginável com inúmeros elementos relictuais que se encontram ameaçadas", garante. Na pesquisa que realizou entre 2000 e 2002, na Serra das Confusões, que fica na mesma região, sua equipe registrou 340 espécies de vertebrados terrestres entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos e várias espécies ainda desconhecidas pela ciência.
Outro fato importante em favor da Serra Vermelha está relacionado com o estudo rea-lizado pelo Ministério do Meio Ambiente e que aponta a área como prioritária para a conservação da biodiversidade do Brasil. Sua importância se dá, também, por exercer papel de recarga de aqüífero e do lençol freático do vale do Gurguéia, onde aflora o Rio Gurguéia e Rio Rangel, além de ser uma formação vegetal muito antiga, que nunca sofreu alterações pelo homem.

Mais de 300 fornos queimam dia e noite. Foi autorizada a destruição de 39.225 mil hectares de uma floresta onde jamais o homem havia colocado o pé




Isso é manejo sustentado? Os tratores derrubam árvores e dizimam a fauna da região. São abertas clareiras por toda parte. A indústria do desmatamento agride os olhos de quem vê e a consciência de quem luta contra o aquecimento global.

Apoio de Niéde Guidon

Situada sobre um planalto que foi erodido e deu lugar a caniôns e cuestas(*) que rodeiam áreas planas de chapadas, a Serra Vermelha tem formação semelhante às encontradas na Serra da Capivara e Serra das Confusões, também no Sul do Piauí.
"É uma insanidade permitir a destruição da Serra Vermelha", dispara a arqueóloga Niéde Guidon, responsável pelas pesquisas ar-
queológicas na Serra da Capivara, que a transformaram numa das maiores autoridades em arqueologia do planeta.
Para ela, trata-se de um crime: "Se estivéssemos em um país sério os responsáveis seriam punidos".
Em relação ao chamado plano de manejo da JB Carbon a arqueóloga diz ser uma piada.
Segundo ela, a Fundação Museu do Homem Americano adquiriu uma área degradada próxima ao parque, primeiro recuperou a terra, plantou as mudas e depois a transportou. Passados 12 anos, só agora as mudas chegaram a 30cm, mesmo recebendo água no verão.
"Então, o que estão dizendo é uma mentira porque sabem que em treze anos ninguém vai mais lembrar de nada e o dinheiro que ga-nharam, certamente, estará em algum paraíso fiscal", alerta Niéde Guidon.
(*) Cuesta é uma formação de relevo que se apresenta em regiões onde se intercalam rochas de diferentes resistências a forte desgaste de erosões]

"O que estão
dizendo é uma mentira porque sabem que em 13 anos ninguém vai mais lembrar de nada e o dinheiro que a empresa
ganhou já deve ter ido para algum paraíso fiscal".

Niéde Guidon

O vai e vem das carretas carregadas de carvão





Capitalismo selvagem


E a motossera ajuda a colocar a floresta no chão

A destruição desse rico patrimônio começou em julho de 2006. A JB Carbon dividiu a área em UPA's (Unidade de Produção Anual) de seis mil hectares. A meta é produzir mais de 300 mil toneladas de carvão/ano.
De acordo com a empresa, cortando a vegetação em ciclo de seis mil hectares durante 13 anos, a floresta se recupera naturalmente. O mais intrigante é que a empresa reconhece, em seu material de divulgação, que a floresta é "densa, de copa alta e com alta diversidade biológica, importantes funções ambientais e uma reduzida antropização". Mesmo assim, optou pelo lucro de destruí-la e não de preservá-la.
O empreendimento tem como objetivo ofertar lenha e carvão para atendimento da demanda energética de diversos setores da economia, tanto do mercado interno como o externo, sendo as siderúrgicas os principais consumidores.
A empresa divulga no seu próprio material publicitário que o carvão também deverá ser exportado. É bom lembrar que a legislação brasileira proibe a exportação do carvão vegetal produzido de matas nativas.

Plano de manejo é uma agressão à inteligência
Francisco Campelo (Ibama) e Ricardo Campelo
(técnico do projeto): irmãos de uma mesma causa

O terreno desmatado fica completamente limpo e sem árvores porta-sementes. É uma cena triste. Em qualquer plano de manejo o corte deveria ser seletivo, com a preservação de centenas de árvores para minimizar os efeitos do desmatamento é linear. A única ação que se vê é de destruição para alimentar a indústria do carvão.



Chamado de plano de manejo, a destruição da floresta consiste em derrubar as árvores utilizando o corte manual com motoserra, machado e foice. Segundo a empresa, isso acontece respeitando as restrições estabelecidas pela legislação ambiental, entretanto, in loco, verificamos que não havia essa preocupação.
Os mais de 300 homens que encontramos em condições subumanas, se alimentando mal, dormindo em espécies de containeres e trabalhando mais de oito horas por dia, disseram que não haviam recebido nenhuma instrução em relação ao corte das árvores.
Eles também não foram orientados quanto às derrubadas de árvores protegidas como é o caso da aroeira, ipê, barriguda, angico e muitas outras árvores centenárias que foram destruídas.
Sobrevoando a fazenda a destruição da mata fica indefensá-vel. Estão cortando 100% da produção florestal. O terreno desmatado fica completamente limpo, sem árvores porta-sementes ou espécies significativas. É uma cena triste. O corte, que deveria ser seletivo, com a preservação de centenas de árvores para minimizar os efeitos do desmatamento é linear, as fotos comprovam bem o crime.
Integrado a produção do carvão, a JB Carbon S/A pretende desenvolver uma produção forrageira com capacidade de suporte para criação de 12 mil cabeças de gado e ainda produzir mel orgânico.
Outra meta da empresa no futuro é transformar a fumaça gerada pelos fornos em produto para indústria de alimentos. Também so-nha em obter crédito de carbono, que segundo ela, vai gerar mais emprego e impostos, além de ou-tros benefícios ambientais.
O funcionário do Ibama que coordenava o projeto de conservação e uso sustentável da Caatinga, Francisco Campelo, um dos mais entusiastas defensores do Energia Verde, disse que se trata de um negócio florestal sustentável, inclusive projeto âncora do governo e do Programa Florestal do Piauí-PLANAP da Codevasf.
Segundo ele, se a postura dos ambientalistas prevalecer, será mais seguro para o empresariado partir para o agronegócio convencional e licenciar a terra para o desmatamento, "pois ficarão livres dessa falta de compreensão".
O comportamento de Campelo levou o Ibama a exonerá-lo da coordenação do GEF-Caatinga. Seu irmão, o engenheiro florestal Ricardo Campelo, é um dos responsáveis técnicos pelo projeto Energia Verde. (TM)

Esclarecimento da JB Carbon S/A

A empresa JB Carbon S/A solicita esclarecimento quanto à matéria "Troféu Motoserra para desmatadores", da repórter Tânia Martins. É necessário esclarecer aos leitores que, até o presente momento, não existe comprovação cientifica da existência de Mata Atlântica na Serra Vermelha.
O ex-professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Pernambuco, Sergio Tavares, visitou in loco o Projeto Energia Verde e constatou que: "A vegetação é de caatinga arbórea, não se podendo confundir com Mata Atlântica a não ser por pessoas leigas ou especialistas de outras áreas, desco-nhecedores da Fitogeografia do Nordeste do país".
A matéria afirma ainda que "os ambientalistas provaram que o projeto Energia Verde está recheado de falhas", entre as quais estaria a ausência do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Vale ressaltar que a legislação federal dispensa EIA-RIMA para licenciamento dos planos de manejo flo-
restal sustentável. Isso ocorre porque os planos de manejo florestal sustentável englobam estudos e práticas que garantem a redução de impactos ambientais.
Quanto à possibilidade de criação do Parque Nacional na Serra Vermelha, cabe salientar que na audiência pública realizada em Bom Jesus, no dia 15 de dezembro de 2006, a população da região manifestou-se contrariamente à criação de nova área protegida. Também são contrários à medida os prefeitos de Curimatá, Bom Jesus, Morro Cabeça no Tempo e Redenção do Gurguéia. Eles enviaram ofício ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama e a outros órgãos públicos denotando sua preocupação, inclusive com a paralisação do Projeto Energia Verde.
O Energia Verde mantém mais de 42 mil hectares de florestas intocados, somando Reserva Legal, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e corredores ecológicos entre as áreas manejadas. O plano de manejo incorporou programas de Educação Am-
biental, de prevenção e combate a incêndios e de monitoramento da fauna. Tais medidas são similares às adotadas nos melhores parques e reservas naturais em todo o mundo.
Isabela Vargas
RPBrasil Assessora de
Comunicação

Trabalho escravo

Na sexta-feira do último carnaval, o Procurador do Trabalho, Hiram Meneghelli, esteve na Serra Vermelha para resguardar os direitos trabalhistas de 141 trabalhadores que foram demitidos do projeto sem qualquer direito.
A empresa foi obrigada a pagar cerca de R$ 200 mil de indenização aos trabalhadores e outros R$ 50 mil em multa por dano moral e coletivo em decorrência de abusos cometidos contra a comunidade de trabalhadores que viviam em condições insalubres.
Foi constatado que os trabalhadores não disponibilizavam de moradia digna, água potável, instalações sa-nitárias e nem usavam equipamentos individuais de proteção.
E o mais grave disto tudo foi o comentário do Procurador Chefe do Ministério do Trabalho, João Batista Luzardo: "Já sabemos que o trabalho em carvoarias e desmatamentos está relacionado ao trabalho escravo".
O Procurador João Batista Luzardo é o responsável por intermediar a fiscalização no projeto.

As vantagens do projeto segundo o Secretário
Para o secretário de Meio Ambiente do Piauí, Dalton Melo Macambira, o projeto é sustentável e ainda ajuda a combater o aquecimento global

Dalton Melo Macambira (*)
A quem interessa que a discussão acerca do projeto de manejo florestal da Serra Vermelha se mantenha no nível em que vem sendo tratado? A quem interessa ignorar a discussão técnica que, por mais de uma vez, caracterizou o projeto como um autêntico manejo florestal e continua falando no maior desmatamento do Nordeste? A quem interessa citar o projeto da Serra Vermelha como mais um passo rumo ao aquecimento global, quando o Protocolo de Kioto propõe que iniciativas desta natureza sejam contempladas com créditos de carbono, exatamente por contribuírem para o seqüestro do carbono que os nossos automóveis a gasolina lançam na atmosfera?

É difícil dizer a quem interessa isto. Muitos dos interesses atrás destas questões, estão muito bem disfarçadas de "interesses ambientais". A verdade, entretanto, é que o projeto da Serra Vermelha foi proposto pelo Ministério do Meio Ambiente, em substituição ao projeto de produção grãos por ser uma alternativa muito melhor, do ponto de vista ambiental, que a anterior. É importante que se diga que, no projeto anterior, não havia qualquer ilegalidade ou qualquer dano ambiental não previsto na legislação brasileira.
E qual é a grande vantagem deste projeto? É o combate ao aquecimento global pela via do seqüestro de carbono, ou seja, é a captação do carbono existente na atmosfera pelas árvores em crescimento.
E como é que isto está acontecendo na Serra Vermelha? Ora, o manejo prevê o corte de um grande número de árvores em um determinado lote. A madeira destas árvores vira carvão, ou seja, energia.
Qual a diferença entre o manejo e o desmatamento? No desmatamento as árvores são inteiramente retiradas pela raiz. No manejo elas são cortadas e rebrotam.
No projeto em questão, estão previstos treze lotes. Como a cada ano será manejado apenas um lote, o corte das árvores de um mesmo lote só será repetido a cada 14 anos, possibilitando a recomposição total da floresta e sua manutenção, indefinidamente.
Há exemplos de manejo que foram extremamente bem sucedidos por mais de 60 anos. Nestes manejos a floresta sempre se regenerou e sempre garantiu a satisfatória manutenção da biodiversidade.

(*) Dalton Melo Macambira é o secretário de Estado do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Piauí

EUA dobrarão oferta de etanol em 18 meses

EUA dobrarão oferta de etanol em 18 meses






Produção americana deverá chegar a 43,5 bilhões de litros, com a construção de 80 novas usinas. Os Estados Unidos irão mais do que dobrar a produção de etanol de milho em 18 meses, informa Ken McCauley, presidente da National Corn Growers Association (NCGA), entidade que reúne os produtores de milho americanos. "Hoje, temos nos Estados Unidos 119 usinas, com capacidade de produção de 5,5 bilhões de galões (20,8 bilhões de litros) de etanol por ano. Em 18 meses, outras 80 unidades entrarão em operação e passarão a produzir mais 6 bilhões de galões (22,7 bilhões de litros) de etanol", disse McCauley. Significa que produção americana de biocombustível saltará no período 109,1%, para 43,5 bilhões de litros.

Este volume representa um terço da previsão daquele país para 2017, de 132,5 bilhões de litros. Ressalve-se que, pelos planos do presidente George W. Bush de reduzir em 20% o consumo de gasolina em dez anos, a produção por etanol em 2017 chegaria a 79,5 bilhões de litros, sendo que os restantes 53 bilhões de litros (para completar o total de 132,5 bilhões de litros de biocombustíveis) viriam de outras fontes, como por exemplo, o álcool de celulose, cuja tecnologia ainda não está completamente desenvolvida.

Caso a previsão se confirme, a produção de etanol de milho a ser alcançada em 18 meses, segundo McCauley, representa 54,7% do total estimado para ser produzido em dez anos. "Isto é fantástico", disse MacCauley.

Preços em queda

A velocidade com que a produção de etanol avança nos Estados Unidos assusta os empresários, porque acreditam que pode inibir novos investimentos no Brasil. A maior oferta do combustível no Brasil e nos Estados Unidos também levou a uma brusca queda dos preços do produto no mercado interno.

Na semana passada, o preço do álcool hidratado nas usinas paulistas caiu mais 0,61% e rompeu a barreira dos R$ 0,60 o litro, livre de impostos. Foi cotado a R$ 0,594 o litro.

A queda acelerada dos preços se deve, além da ação das distribuidoras, à expectativa de recuo das exportações do combustível, que no ano passado somara 3,5 bilhões de litros. Como os Estados Unidos mantêm sobretaxas aduaneiras sobre o álcool brasileiro, as exportações do combustível poderão perder velocidade.

Obstáculos à vista

Eduardo de Carvalho, presidente demissionário da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) já havia alertado, semanas atrás, que o setor sucroalcooleiro deverá enfrentar dois anos de dificuldades, com possíveis "acidentes de percurso", devido à falta de mercado cativo importador e aos baixos preços do álcool. "Mas eu não estou pensando no agora. O negócio é para o futuro", disse Carvalho que anunciou na semana passada seus planos de se tornar usineiro e sociedade com três ex-executivos da Coimex.

Eficiência comprovada

McCauley qualificou como "fantástico" o processo de produção de açúcar, álcool e energia elétrica a partir da cana-de-açúcar no Brasil. Na semana passada, depois de participar de evento promovido pela Unica, o Ethanol Summit, em São Paulo, McCauley visitou a Usina São Martinho, em Pradópolis, no interior paulista. "Nunca tinha visto. Estou muito impressionado em ver a cana moída se transformar nessa quantidade toda de energia", afirmou.

A São Martinho, uma das maiores e mais modernas usinas do mundo, processou na última safra mais de 7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que resultaram numa produção de 500 mil toneladas de açúcar e 286 milhões de litros de álcool.

Segundo MacCauley, o aumento da produção de etanol nos Estados Unidos está ligado também aos ganhos de produtividade. Ele espera que os EUA dobrem, em cinco anos, a produtividade atual, que é de 450 galões por acre, ou 4,3 mil litros de etanol por hectare de milho.

No Brasil, há usinas cuja produtividade passa dos 9 mil litros de etanol por hectare de cana. E esses volumes crescem ano a ano. Além disso, o álcool de cana brasileiro oferece vantagens no campo ambiental e no balanço energético.
(Ecopress com informações da Gazeta Mercantil - SP - 11/06/07, Às 14h13)



Onça- pintadas





Onças-pintadas


O Projeto Predação de Gado por Onças-Pintadas, um dos projetos da ONG Associação Pró-Carnívoros, proporciona a você uma oportunidade única de se envolver com atividades de campo relacionadas ao estudo e conservação de carnívoros silvestres da América do Sul. Você estará envolvido em um projeto de longo prazo, que estuda animais notáveis como a onça-pintada, onça-parda e a jaguatirica. Ao participar deste projeto, você estará apoiando a preservação destes carnívoros silvestres e a conservação da maior espécie de onça-pintada do Brazil. As atividades do projeto são realizadas em uma área de beleza espetacular, formada por florestas e áreas inundadas. Você terá a oportunidade de trabalhar em pequenos grupos, supervisionados por pesquisador experiente, e irá aprender muito a respeito dos carnívoros silvestres, bem como a respeito de seus comportamentos e habitats. Adicionalmente a isto, você terá a oportunidade de se envolver em atividades com os moradores locais, em áreas onde onças-pintadas e onças-pardas costumam se alimentar de animais domésticos.
Lugar

O projeto é conduzido numa propriedade particular localizada em Corumbá, no estado do Mato Grosso de Sul. A fazenda é uma área de criação de gado e de preservação de vida selvagem de 100 km2. A área é compreendida por pastagens naturais e vários fragmentos de vegetação natural. O modelo de desenvolvimento sustentável praticado na fazenda compreende principalmente criação de gado, ecoturismo e pesquisa científica. A fazenda suporta atualmente cerca de 3000 cabeças de gado. A caça não é permitida tanto dentro da fazenda quanto nas áreas de entorno.
Espécies

Diversas espécies de carnívoros ocorrem na região do Pantanal. As mais comuns são o cachorro do mato, o mão pelada, e o quati. Estas três espécies são consideradas generalistas, pois se alimentam tanto de matéria animal quanto vegetal. As outras espécies são consideradas especialistas, pois se alimentam exclusivamente de matéria animal. As mais comuns são a ariranha, a lontra, o gato mourisco, a jaguatirica, a onça-parda e a onça-pintada. A onça pintada do Pantanal é considerada a maior subespécie de onça-pintada no mundo. Pequenos e médios carnívoros costumam se alimentar de pequenos roedores, pássaros e répteis. Onças-pintadas e onças-pardas costumam se alimentar de médias e grandes presas, tais como a capivara, o veado campeiro, o cervo do Pantanal, o cateto, o queixada e o jacaré.
Habitat

A vegetação predominante consiste de matas não inundáveis, campos e matas temporariamente alagáveis e terrenos alagados. Existe uma mistura de tipos de vegetação na área. Os campos são compostos de gramíneas e são caracterizados por estarem em locais abertos. Durante a estação das chuvas, os campos ficam inundados. O cerrado consiste de matas abertas, com uma variedade de espécies de árvores que algumas vezes, formam matas fechadas que também ficam inundadas durante as chuvas. A mata de galeria é um outro tipo de habitat que forma corredores contínuos, principalmente ao longo das margens dos rios e riachos. Um outro tipo de vegetação são fragmentos de florestas localizados em área de campos. Dentro da fazenda, existe também uma plantação de arroz, onde muitas espécies de pássaros, mamíferos e répteis podem ser vistos descansando, tomando banho ou se alimentando.
Informações de Viagem

Ecovoluntários terão que viajar por conta própria até a cidade de Miranda, MS, que fica a 125 km da base. Caso prefiram, a via de acesso por Campo Grande MS, é a mais próxima e de mais fácil acesso para a fazenda. De Campo Grande existem ônibus diários para Miranda e de Miranda para Campo Grande. Campo Grande fica a aproximadamente 200 km de Miranda. Um membro da equipe do Projeto irá pegar os ecovoluntários na rodoviária de Miranda e transportá-los para a fazenda. Ao final do período de estadia, ecovoluntários serão levados da base de pesquisa de volta a cidade de Miranda.
Acomodação

Você ficará em uma das bases de pesquisa do Projeto, de acordo com as áreas específicas em que as atividades estiverem sendo realizadas. As acomodações são simples, com quartos com camas, chuveiro elétrico e banheiro. Serão fornecidos colchão, roupa de cama e travesseiro. Três refeições básicas – café da manhã, almoce e ceia – são incluídas.
Envolvimento

Ecovoluntários ajudam a equipe do projeto no estudo dos Carnívoros da região, monitorando seus movimentos e atividades, procurando por pegadas e estudando sua dieta. Você terá a oportunidade de operar aparelhos de GPS e rádio telemetria, bem como ajudar na coleta de dados de predação de gado por onças. Você também estará envolvido nas atividades de apoio aos moradores locais na melhoria do manejo do gado, contribuindo para minimizar a predação em áreas particulares. A equipe do projeto supervisa e conduz a pesquisa, determina as atividades dos ecovoluntários e coordena os trabalhos de campo. As necessidades do Projeto é que decidem o que deve ser feito e quando as atividades devem ser realizadas. Normalmente você deverá estar trabalhando em torno de dez horas por dia ou noite, em períodos diferentes de atividade, dependendo do movimento dos animais.
Requisitos

Não existem qualificações ou exigências especiais para sua participação no Projeto mas precisamos de pessoas que:
tenham entusiasmo, perseverança e interesse na vida selvagem e ambientes naturais.
tenham um bom conhecimento de inglês, português ou espanhol
estejam em boa saúde e boa condição física, sendo capaz de trabalhar no campo por longos períodos, sob diferentes condições climáticas.
estejam preparadas para caminhar distâncias longas e estar preparado para passar algumas noites no campo, quando necessário;
tolerem altos níveis de umidade.
Datas e Preços

24 de maio de 2007

PRIMEIRA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NO ABC

PRIMEIRA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NO ABC
As primeiras indústrias poluidoras do Grande ABC se instalaram em São Caetano. A primeira foi a fábrica de formicida Paulista, fundada em 1890, que ficava na atual avenida Goiás, antiga rua da Formicida. O cheiro que saia dessa fábrica era tão forte que o próprio produto tóxico por ela produzido deu o nome à rua, onde ela ficava.
Em 1896, instala-se em São Caetano, vinda de São Paulo, uma fábrica de sabão, óleo e graxas. Era a Pamplona que em 1918 seria adquirida por Francisco Matarazzo. Essa indústria progrediu muito e diversificou a sua produção, tornando-se em poucos anos a maior poluidora do ABC. O símbolo da Matarazzo, por ironia, é exatamente uma série de 16 chaminés, soltando fumaça ao mesmo tempo. Chaminé e fumaça, ainda num passado recente, eram sinônimos de progresso, infelizmente.
A Matarazzo de São Caetano que funcionou no bairro da Fundação, era tão poluidora que o primeiro caso de morte por contaminação no trabalho reconhecido pela justiça brasileira foi de um trabalhador dessa indústria. Em 7 de abril de 1984, o operário Pedro Mangueira Filho morreu após ter respirado durante anos o benzeno em seu local de trabalho na Matarazzo.
Para se ter uma idéia de como essa indústria poluía, era o fato de que todos os passageiros de trem, sabiam de olhos vendados quando o trem parava na estação de São Caetano. O cheiro de BHC (Hexaclobenzeno) era terrível. Esse pó cancerígeno foi produzido pela Matarazzo durante décadas e mesmo após o fechamento da indústria há anos, o cheiro no local continua, devido a contaminação do solo local. Outro fator agravante é o fato de que o BHC que se infiltrou no solo acabou por contaminar o córrego dos Meninos e conseqüentemente, o rio Tamanduateí e como as águas desses rios, através do rio Tietê, vão parar na represa Billings, desviadas pelo canal de Pinheiros, seguramente a Matarazzo contribuiu e muito para com a degradação desse manancial, que além de fornecer água para o ABC, ainda fornece água para a baixada santista.
Outro crime ambiental cometido pela Matarazzo, entre tantos, foi o de ter depositado parte de suas terras contaminadas num terreno de vila Metalúrgica, em Santo André, de propriedade da fábrica de balas Juquinha. Nesse local os lençóis freáticos já estão seriamente comprometidos e segundo informações, caso a terra do local não seja removida e incinerada, o cheiro do BHC perdurará até por volta do ano 2010.
O trecho contaminado pela Matarazzo, onde o ribeirão dos Meninos deságua no rio Tamanduateí, já foi fonte de vida, como nos conta o historiador de São Caetano, Manoel C1áudio Novaes, em seu livro, Nostalgia: -"Nas proximidades da olaria (onde se instalaria a Matarazzo), no trecho em que o rio dos Meninos era conhecido como o rio das Cavanas, que Isaias exerceu o seu mister de pescador, com tirocínio desenvolvido pela milenar experiência italiana... mergulhado até a cintura, armava suas redes no piscoso rio de águas límpidas e murmurantes. De manhã recolhia as redes prenhes de peixes como bagres, traíras, piabas e lambaris. Vez por outra uma capivara se enroscava nas redes e então os vizinhos acorriam à casa do Isaias Previato na busca de um bom pedaço de carne desse roedor."
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Poluição Visual

Poluição Visual
As grandes cidades apresentam um grande número de cartazes publicitários, os quais, juntamente com a concentração de edifícios, carência de áreas verdes e a inexistência de recantos naturais, constituem uma poluição visual que degrada o meio ambiente.
No Grande ABC a situação não é diferente, onde proliferam cartazes ao lado das avenidas e mais aterrador ainda, é quando as prefeituras inauguram uma praça e logo a seguir espeta uma imensa placa no meio dela com o intuito de divulgar obras ou atividades culturais. Uma verdadeira aberração visual. Gasta-se dinheiro com jardim para escondê-lo atrás de placas.
Em alguns casos a poluição visual coloca em risco a vida das pessoas já que muitas faixas e propagandas são colocas em cruzamentos de avenidas confundindo com suas cores vermelhas a sinalização de trânsito.
Os centros comerciais, principalmente as ruas chamadas de shopping à céu aberto, são verdadeiras parafernálias visuais.
Hoje a poluição chega aos meios de transporte. As traseiras dos ônibus são verdadeiros out dor ambulantes que em alguns casos tiram a atenção dos motoristas com propagandas apelativas.

Poluição Sonora

Um problema ambiental sério que ocorre no Grande ABC e nas grandes cidades é a poluição sonora. Ela é provocada pelo ruído das fábricas, pelo barulho dos veículos, pela atividade de parte do comércio e também por visinhos incômodos como bares e algumas atividades religiosas.
Além de ocasionar uma progressiva redução da capacidade auditiva nas pessoas, a poluição sonora favorece o aumento de problemas psicossociais, como a agressividade, as neuroses, o stres, etc. Nas prefeituras do ABC uma das maiores reclamações se refere aos bares noturnos que desobedecem horários de funcionamento e não fazem isolamento acústico em seus espaços. Outro problema grave é o ocasionado pelas leis de zoneamento das cidades que são verdadeiras "colchas de retalho", isto é, ao lado de uma indústria a câmara de vereadores ou a prefeitura viabiliza um loteamento residencial e aí sempre ocorre o conflito de vizinhança, já que a atividade industrial, que em alguns casos já era desenvolvida muito antes do loteamento ali se instalar, trás perturbação com ruídos e vibrações, entre outras poluições. Existem casos gritantes no ABC provocados por mudanças nas leis de zoneamento. Na cidade de Diadema, por exemplo, entre duas indústrias barulhentas os vereadores aprovaram uma AEIS - Área Especial de Interesse Social, com centenas de lotes de metragens abaixo do ideal. Logo após a consolidação desse loteamento as indústrias passam a receber todo tipo de reclamação, quando algumas são obrigadas a parar suas atividades ou se mudarem para outras cidades. Aquilo que os vereadores entendiam como solução para o problema da moradia acaba provocando desemprego e mais encargos sociais para o município.

23 de maio de 2007

A baleia




A baleia é um dos símbolos mais marcantes da luta pela conservação da fauna. É talvez o mais universal deles: elas habitam os cinco continentes. Outros animais, como o panda gigante e o mico-leão-dourado, estão ameaçados de extinção porque o seu hábitat está à míngua. Não é o caso das baleias. Elas vivem em ¾ da superfície da Terra, os oceanos. Para preservar as baleias, basta não caçá-las. Desde 1986, um decreto-lei proíbe a sua caça na costa brasileira. O aumento no número de baleias já é visível. Os biólogos brasileiros que o digam. Leia a entrevista da bióloga Márcia Engel sobre as baleias jubarte em Abrolhos leia também... Baleia jubarte, baleia corcunda, baleia cantora ou megáptera? As globe-trotters dos mares fazem um regime e tanto! é um dos símbolos mais marcantes da luta pela conservação da fauna. É talvez o mais universal deles: elas habitam os cinco continentes. Outros animais, como o panda gigante e o mico-leão-dourado, estão ameaçados de extinção porque o seu hábitat está à míngua. Não é o caso das baleias. Elas vivem em ¾ da superfície da Terra, os oceanos. Para preservar as baleias, basta não caçá-las. Desde 1986, um decreto-lei proíbe a sua caça na costa brasileira. O aumento no número de baleias já é visível. Os biólogos brasileiros que o digam. Leia a entrevista da bióloga Márcia Engel sobre as baleias jubarte em Abrolhos leia também... Baleia jubarte, baleia corcunda, baleia cantora ou megáptera? As globe-trotters dos mares fazem um regime e tanto!

O berço do grande “vilão” dos mares



O berço do grande “vilão” dos mares


Pesquisador descobre, no litoral de São Paulo, um local onde um dos maiores predadores dos mares, o tubarão, passa os primeiros estágios de vida. A descoberta pode acarretar, entre outras coisas, a sobrevivência de espécies ameaçadas de extinção e o estudo dos hábitos desses animais com o objetivo de evitar ataques a banhistas.

Em junho de 1996, o pesquisador e professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Otto Fazzano Gadig, dava início ao Projeto Cação. Ele pretendia iniciar uma série de pesquisas em Itanhaém (litoral de São Paulo) para conhecer e estudar os hábitos de novas espécies de tubarões, descobrir do que elas se alimentavam, como se reproduziam e, até mesmo, quantos desses animais havia na região.

Passados alguns anos, Gadig, juntamente com sua equipe, e contando com o auxílio de alguns pescadores do município, observou que havia inúmeras espécies de tubarões recém-nascidos naquela área. A conclusão do trabalho do pesquisador foi a descoberta de um “berçário” desses animais, ou seja, local onde as fêmeas costumam dar à luz seus filhotes e estes passam os primeiros estágios da vida.

Gadig é considerado um dos maiores especialistas em tubarões no país e, graças a suas pesquisas na área, é chamado freqüentemente para identificar espécies que atacam banhistas em diferentes locais do país. Em entrevista exclusiva ao portal, ele falou sobre a importância dessa descoberta em Itanhaém e de que forma isso pode ajudar na preservação da espécie. O pesquisador explica que, conhecendo-se o lugar em que esses animais passam as primeiras fases da vida, será possível evitar futuros ataques, como os que ocorrem constantemente nas praias de Recife (litoral nordestino).

Quando e por que começou o seu interesse em pesquisar tubarões?
O meu interesse já é relativamente antigo. Na verdade, o trabalho que faço agora, que culminou com a descoberta do “berçário”, é mais um desdobramento de um trabalho de uns 25 anos. O meu interesse se deve ao fato de os tubarões serem animais extremamente interessantes, apesar de serem predadores mal vistos pelo público em geral. Eu acreditava que era necessário conhecê-los melhor para ver que a verdade é outra; o contrário do que o público pensa.

Aproximadamente, quantas espécies de tubarão existem e quais são as mais perigosas para o homem?
São conhecidas pouco mais de 450 espécies diferentes de tubarão. O público em geral pode achar que esse número é muito alto, pois geralmente se imagina que existem poucas espécies, as quais seriam conhecidas justamente por morder e atacar as pessoas, como o tubarão-branco, o tubarão cabeça-chata e o tubarão-tigre. Esses três são muito conhecidos e considerados os maiores envolvidos nos ataques a seres humanos no mundo. O tubarão cabeça-chata e o tubarão-tigre são espécies que atacam nas regiões tropicais, enquanto o tubarão-branco prefere águas frias. Estes são, sem dúvida, os que representam maior perigo para os surfistas, banhistas, mergulhadores, etc. Existem ainda mais umas seis ou sete espécies diferentes que, eventualmente, envolvem-se em acidentes, que são de menor gravidade.

Qual o peso e a estatura máxima que um tubarão pode atingir?
Os três que eu citei anteriormente são muito grandes. O tubarão cabeça-chata cresce até três metros de comprimento e pesa quase 300 quilos, ou seja, ele é um animal muito robusto. O tubarão-tigre pode medir até seis metros e pesar uma tonelada (embora não seja comum encontrar um desse tamanho), e o tubarão-branco é um pouco maior: pode chegar a sete metros e pesar até duas toneladas, pois é mais gordo, mais robusto. São três espécies de grande tamanho, e isso é um fator que as torna também potencialmente perigosas.

A cidade de Recife vem sendo, ao longo dos últimos anos, alvo de grande preocupação no que diz respeito a ataques de tubarões na costa brasileira. A que você atribui essa onda de ataques e o que acha que deve ser feito para que não ocorram mais tragédias?
O problema de ataques de tubarões na região metropolitana de Recife está relacionado com o fato de que, próximo a essa área, foi construído o porto de Suape. É uma obra que custou caro e que acabou determinando alterações importantes no ecossistema regional. Por exemplo: eles destruíram e modificaram o ambiente de tal forma que algumas espécies de tubarão potencialmente perigosas, como é o caso do tubarão-tigre ou do tubarão cabeça-chata, ficaram sem lugar para ter seus filhotes e também sem alimento. Então, eles começaram a atacar pessoas no litoral do Recife, já que é uma área intensamente povoada. Esse é um problema grave e que deve ser resolvido de médio a longo prazo, sobretudo com implementação de trabalhos de educação, para que as pessoas adotem comportamentos de menor risco. Lá em Recife, já se sabe quais são as espécies de tubarões que atacam, em que situações e horários, bem como quais são os locais mais apropriados para o banho e onde a incidência de ataques é maior. Agora, é importante que isso seja passado ao público de uma forma eficiente para que efetivamente as pessoas comecem a entender que lá existe um problema localizado e que é possível diminuir o risco dos ataques. Infelizmente, reduzir a zero é impossível, pois em nenhum lugar do mundo isso foi conseguido.

Como você avalia a importância da sua recente descoberta do “berçário” de tubarões em Itanhaém, no litoral paulista?
A descoberta do berçário de tubarões no litoral de São Paulo é importante sob vários aspectos. Primeiramente porque a divulgação desse fato vai fazer com que outros pesquisadores atentem para a possibilidade de que em outras regiões existam “berçários”, o que de fato é muito provável. Na verdade, esse berçário é nada mais, nada menos, que a comprovação de uma idéia que todo mundo tem, ou seja, a de que existem berçários de tubarões ao longo de toda a costa brasileira e em vários lugares do mundo. No entanto, não se tem pesquisas feitas em longo prazo que comprovem isso; no Brasil, essa foi a primeira região a ser descoberta, e, no mundo, só se conhecem mais quatro.

O segundo aspecto é que encontrar uma região que possa ser utilizada pelos tubarões nessa fase importante da vida deles (nascimento e crescimento) é uma descoberta que ajuda muito na conservação do meio ambiente e dos próprios animais, pois podemos criar um mecanismo para preservar essas áreas. Dessa forma, preservamos automaticamente além dos tubarões, todos os outros animais que vivem nesse ecossistema. Portanto, a descoberta de um “berçário” é uma informação prioritária e estratégica para se criarem medidas de conservação do ecossistema marinho costeiro.

Como se deu essa descoberta?
A descoberta desse “berçário” foi conseqüência de um trabalho que começou em julho de 1996 (na semana passada completou oito anos). Inicialmente o projeto tinha como objetivo apenas conhecer quais espécies de tubarões viviam nessa área, o que elas comiam, como elas se reproduziam e o quanto havia de tubarões por lá. Assim foi durante os anos iniciais, em que nós fazíamos estudos com a ajuda dos pescadores artesanais da praia de Itanhaém (litoral de São Paulo). Com o passar do tempo, descobrimos que lá havia muitos tubarões recém-nascidos. Então imaginamos que poderia haver um “berçário” desses animais, o que foi confirmado nos últimos anos. Descobrimos ainda que pelo menos cinco das espécies de tubarões que encontramos utilizam essa área para ter seus filhotes.

Existem outros “berçários” de tubarões no Brasil? A destruição do hábitat desses animais pode gerar problemas populacionais para determinadas espécies por causa das mudanças na cadeia alimentar?
Sem dúvida, existem outros “berçários” no Brasil. Porém, é necessário que sejam feitas pesquisas a longo prazo para descobri-los, o que nem sempre acontece, por causa de questões logísticas e financeiras. Mas tenho certeza de que, se forem feitas outras pesquisas como essa, em outros pontos do litoral brasileiro, grande parte delas vai constatar que outros locais estudados também são “berçários”.

Quanto à questão da destruição do hábitat, esse é um problema muito sério não só para a população de tubarões, mas também para a de vários animais marinhos, pois afeta consideravelmente a vida deles. O litoral de Recife é um bom exemplo de lugar onde provavelmente a destruição de algum sistema marinho gerou vários problemas, como o ataque de tubarões. Mas o problema maior é a diminuição da quantidade de tubarões: a pescaria de grande porte e a destruição do ambiente natural têm sido os principais fatores para a diminuição da população de várias espécies desse animal, que está em risco de extinção.

Existe alguma pesquisa mostrando que esses tubarões podem voltar sempre ao mesmo “berçário” para ter seus filhotes? Esse local geralmente fica afastado da praia?
Os nossos “berçários” e alguns outros espalhados pelo mundo se encontram em regiões perto da costa. Para que se possa ter certeza de qual é o grau de fidelidade, ou seja, se os tubarões voltam sempre para a mesma área para ter os filhotes (embora isso seja aceitável e aconteça por lógica), precisaria haver outro método de pesquisa, o que, por questão de financiamento, a gente ainda não tem, que consistiria em marcar para observação as fêmeas e os adultos machos que se aproximam da costa, para ver se eles aparecem novamente no ano seguinte. Esse seria um procedimento relativamente simples, mas envolve uma logística complicada, que no Brasil nem sempre é possível fazer. Existe ainda outro método mais complicado em termos de financiamento, que é colocar no tubarão um radiotransmissor e depois acompanhá-lo através de um radiorreceptor instalado no meio ambiente. Quando o animal chegasse perto desse radiorreceptor, a informação seria ser gerada por satélite. Embora seja uma tecnologia muito avançada, talvez nós consigamos utilizá-la no Brasil a curto prazo. Na verdade, o equipamento já foi usado por aqui em um trabalho realizado em Fernando de Noronha, que a propósito sugere a existência de um “berçário” naquela região. O volume de informações obtidas não foi adequado, pelo menos se comparado com esse trabalho recente que nós fizemos aqui em São Paulo.

Os tubarões atacam os surfistas porque os confundem com focas ou leões-marinhos? E os banhistas em geral também podem ser atacados?
Com relação à primeira pergunta, isso nem sempre é verdade. Essa idéia surgiu nos EUA e foi transmitida para várias outras nações, não só para o Brasil. Os norte-americanos levantaram essa hipótese quando estavam estudando um modelo que envolve o tubarão-branco, as focas e os surfistas. Aqui no Brasil praticamente não há tubarões-brancos e focas, portanto, nem sempre é possível estabelecer o mesmo parâmetro. É difícil comprovar essa história de que os tubarões atacam porque confundem os surfistas com focas ou leões-marinhos.

A respeito dos ataques aos banhistas, de vinte anos para cá, os surfistas passaram de fato a serem as principais vítimas de tubarões, pois o esporte praticado por eles se difundiu. Contudo, mesmo antes de o surfe se espalhar pelo mundo todo, os banhistas eram as presas preferenciais, e continuam sendo, até porque eles e os surfistas ocupam praticamente a mesma região costeira. Estes ficam um pouco mais no fundo, e isso aumenta a chance de sofrer ataques. No entanto, os tubarões podem chegar à área onde os banhistas ficam, tanto que foram registrados vários ataques nessas regiões, em Recife e pelo resto do mundo.

Existem algumas espécies de tubarões que estão ameaçadas de extinção em decorrência do interesse de grandes indústrias em comercializar as nadadeiras desses animais. Na sua opinião, quais medidas devem ser tomadas para evitar que isso aconteça?
A extinção de várias espécies de tubarão por conta da pesca industrial para se retirarem as nadadeiras é um problema muito sério, e a solução para ele não é simples, pois envolve política internacional e adoção de medidas rigorosas no sentido de fiscalizar as embarcações de grande porte que fazem isso. O problema é que aplicar esse tipo de medida é algo muito complicado, uma vez que o mercado internacional de nadadeiras de tubarões é muito forte e tem um apelo econômico bastante grande. Então, politicamente falando, é uma ação complicada. Eu acho que se deveria educar o povo, fazendo com que ele entendesse que os tubarões são animais importantes e devem ser preservados, pois são fundamentais para o ecossistema e, a partir daí, começar a criar uma idéia nova nas pessoas, para que elas pressionem as autoridades competentes a implementar medidas que resolvam esse problema.
http://www.aprendebrasil.com.br/pesquisa/respostadisci.asp?id=612&pg=1&img=21

Por Guilherme Prendin

Agentes Ambientais Voluntários


Ibama do Amazonas capacitou mais de mil Agentes Ambientais Voluntários



Atualmente, são 1.269 Agentes Ambientais Voluntários que colaboram com o Ibama em atividades de proteção e conservação ambiental no Amazonas. A Coordenadora Estadual do Programa, Anete Amâncio, informou que no período de 2003 a 2006 foram realizados 35 Cursos com vistas à formação de novos Agentes Voluntários e aperfeiçoamento dos já existentes.




Durante o curso, que dura em média 45 horas, populações tradicionais discutem seus direitos e deveres e a importância de consolidar uma cultura de participação e organização social que as impulsione para o desenvolvimento de projetos de melhoria da qualidade de vida, associada à conservação ambiental.






Ao final, todos os alunos recebem o certificado de participação, mas o credenciamento como Agente Ambiental Voluntário só é feito para aqueles que vão atuar diretamente com os problemas ambientais de sua região. Para Amâncio, “o programa no Amazonas tem proporcionado a discussão sobre a inclusão social através do desenvolvimento sustentável.”





Só em 2006, a Superintendência do Ibama, no Amazonas, capacitou 453 Agentes Ambientais Voluntários em Unidades de Conservação de uso sustentável.


A coordenadora esclarece que este resultado só foi possível graças ao apoio do Superintendente do Ibama no Amazonas, professor Henrique Pereira, que acreditou nos Agentes Ambientais Voluntários e elegeu o programa como uma das prioridades de sua gestão.

Outro fator de grande importância foi a parceria com o Ministério Público que, além de doar um data show para o projeto, viabilizou a capacitação de novos AAV’s.

O histórico do Ambientalismo

http://www.ibama.gov.br

O histórico do ambientalismo tem seu marco referencial, de forma mais efetiva, nos movimentos de contra cultura da década de 601, que acaba se institucionalizando a partir da Conferência tem seu marco referencial, de forma mais efetiva, nos movimentos de contra cultura da década de 601, que acaba se institucionalizando a partir da Conferência
tem seu marco referencial, de forma mais efetiva, nos movimentos de contra cultura da década de 601, que acaba se institucionalizando a partir da Conferência de Estocolmo de 1972, quando o Brasil foi signatário daquelas históricas deliberações.
A educação ambiental surge Brasil antes de sua institucionalização, em artigos, revistas e movimentos de caráter conservacionista, ainda no século XIX. Na década de 70 emerge um ambientalismo associado às lutas pelas liberdades democráticas, de professores e estudantes em algumas escolas, instituições civis e também do estado.
A institucionalização da Política Nacional de Meio Ambiente bem como da Educação Ambiental no Brasil inicia-se com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), em 1973, vinculada ao Ministério do Interior. Dentre suas atribuições estava o "esclarecimento e a educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente".
A SEMA criou uma Coordenadoria de Comunicação Social e Educação Ambiental, vinculado ao Gabinete da Presidência, e a equipe de Educação Ambiental da SEMA, através do Programa Nossa Natureza e com recursos do Programa Nacional de Meio Ambiente – PNMA, desenvolveram ações precursoras de Educação Ambiental, ainda hoje avançadas para o contexto de nossa política.
Dentre essas ações destacamos os Seminários Universidade e Meio Ambiente (onde estiver grifado fazer LINK com publicações IBAMA); OS Cursos de Especialização com carga horária de 600 horas, tendo sido realizados 3 cursos com a UnB e 3 cursos com a UFMT; a Rede de Materiais Educativos, hoje com um acervo de mais de 400 títulos de vídeos no CINIA/IBAMA; a proposta de Inserção da Dimensão Ambiental nos Currículos Escolares da Região Norte, dentre outras ações onde relevamos a contribuição do grupo, enquanto proposta do Brasil à Conferência de Tbilisi sobre educação ambiental.
Em agosto de 1981 é instituída a Lei 6.938 (reeditada pela Lei 8.028 de 12-04-90), que estabelece a inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive na educação não-formal ("educação na comunidade"), com o objetivo de "capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente".O Ibama é criado pela lei 7.735 de 1989 pela fusão do IBDF, SUDEP, SUDHEVIA E SEMA.
Em sua estrutura regimental é criada a Divisão de Educação Ambiental - DIED, vinculada à Diretoria de Incentivo à Pesquisa e Divulgação Técnico Científica - DIRPED. Em 1990 é criado um Grupo de Trabalho na Divisão de Educação Ambiental para a elaboração das Diretrizes da Educação Ambiental do Ibama. Em 1991, incorpora-se à equipe de educadores do IBAMA educadores que foram redistribuídos da extinta Fundação Nacional Pró-Memória, trazendo elementos novos de uma experiência de educação popular o Projeto Interação entre Educação Básica e Contextos Culturais2.
Neste mesmo ano é publicado o documento de Diretrizes das ações de Educação Ambiental do IBAMA, com três linhas de ação: Capacitação; instrumentos e metodologias e ações educativas, estabelecendo referências de Bases Conceituais, Critérios para Operacionalização e Princípios de Operacionalização, derivado do trabalho iniciado pelo GT em 1990 e incorporando referências do Projeto Interação.
No ano de 1992 é criado o Ministério do Meio Ambiente. Em julho do mesmo ano são instituídos pela Portaria 077 da Presidência do IBAMA, os Núcleos de Educação Ambiental (NEAs) do Ibama em todas as Superintendências Estaduais, visando operacionalizar as ações educativas no processo de gestão ambiental na esfera estadual. Ainda neste ano os projetos idealizados pela equipe da SEMA, financiados pelo PNMA, começam a ser revistos e operacionalizados pelos educadores da DIED. Foi realizado o 5º e último Seminário Universidade e Meio Ambiente na UFMG em Belo Horizonte, com o tema: “A Rio 92 e a nova ordem internacional”3.No ano seguinte, em 1993, a equipe da Divisão de Educação Ambiental do Ibama assessora o dep. Fábio Feldman na elaboração do projeto de Lei que regulamentaria o inciso VI do Art. 225 da Constituição Brasileira fazendo instituir a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA. Ainda em 1993 é realizado o I Encontro Nacional dos NEAs e são implementados os Projetos do PNMA referentes à Rede de Materiais Educativos e à Inserção da Dimensão Ambiental nos Currículos Escolares de 1º e 2° Graus da Região Norte4, ação esta responsável pela criação nos estados da Amazônia Legal das Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental - CIEAs.
Em 1994 a proposta orçamentária referente a 95 previu um volume de recursos que possibilitou pela primeira vez a instauração do processo de planejamento anual da Educação Ambiental no Ibama. Foram definidas dotações para cada NEA e houve a elaboração de projetos de educação ambiental por cada um deles, com concepção processual e que visavam à criação de uma comunidade de aprendizagem formada por educadores profissionais, retomando a idéia fundante dos NEAs.
No mesmo ano, por solicitação do ministro Henrique Brandão Cavalcante, foi instituído um Grupo de Trabalho com representantes de técnicos da Divisão de Educação Ambiental do IBAMA e da Coordenação de Educação Ambiental do MEC, com o propósito de elabora o anteprojeto do PRONEA.
A proposta apresentada centrava suas ações em três Diretrizes Básicas de Capacitação, Instrumentos e Metodologias e Ações Educativas, prevendo a realização a cada 2 anos do Conferencia Nacional do Meio Ambiente, intercalando pelas Conferências bi-anuais de Educação Ambiental, e chegou-se a realizar o 1ª Conferência Nacional de Educação Ambiental em 1997 pelos 20 anos de Tbilisi. A proposta original apresentada ao MMA foi reformulada no âmbito do Gabinete do Ministério do Meio Ambiente, onde não tínhamos governabilidade sobre as decisões.Em 1995 o Presidente da República aprova a Exposição de Motivos que institui o PRONEA.
A Divisão de Educação Ambiental, após consultar os NEAs, elabora o documento "Diretrizes para a Operacionlização do PRONEA" na esfera do Ibama.No Plano Plurianual 96-99 a Educação Ambiental é contemplada como uma das ações do PPA, avançando mais um paço na institucionalização da Educação Ambiental enquanto política pública.Foi instalada a Câmara Técnica de Educação Ambiental no CONAMA, cuja relatoria é assumida pelo Ibama e a presidência pelo MEC. É realizado o II Encontro dos Coordenadores dos NEAs para avaliar as ações do ano corrente e planejar o próximo ano, criando critérios para avaliação das propostas dos NEAs.
Cria-se um grupo de trabalho integrado por um representante eleito de cada região e técnicos da DIED para analisar, emitir pareceres e aprovar os Projetos anuais dos NEAs.Em 1997 a Divisão de Educação Ambiental assume a responsabilidade de organizar e coordenar as mesas sobre Educação no Processo de Gestão Ambiental da I CNEA. É realizado o III Encontro de Coordenadores dos NEAs.
Neste ano os primeiros 2 cursos de Introdução à Educação no Processo de Gestão Ambiental são ministrados, criando-se o critério de capacitação dos técnicos dos NEAs para atuarem como educadores do IBAMA, estabelecendo-se a meta de capacitar todos os técnicos dos NEAs e pelo menos um educador em cada unidade descentralizada.
Ainda em 1997 foi instituído o Grupo de Acompanhamento Técnico para prestar assessoria aos projetos dos NEAS e foram selecionados dentre o corpo dos educadores do IBAMA aqueles mais experientes para este fim.
Em 1998 a Presidência do Ibama cria 12 Programas Prioritários, sendo um deles a de Educação Ambiental e Divulgação Técnico Científica - PEA. Os recursos previstos no Orçamento da União para Educação Ambiental atingem um milhão de reais. Realiza-se um Encontro Extraordinário dos Coordenadores dos NEAs para definir estratégias em virtude do contingenciamento de verbas do orçamento.
É realizado o IV Encontro dos Coordenadores de NEAs.Em 1999 a equipe do PEA assessora o MMA na elaboração do programa de EA para o PPA 2000-2003. Uma equipe de EA com integrantes da Sede e do NEA de Sergipe acompanham o desenvolvimento do programa de EA proposto pela Petrobrás para atender ao condicionante para o Licenciamento de Poços de Petróleo no litoral sergipano.Em 2000 é realizado em Brasília o V Encontro Anual de Planejamento de Educação Ambiental, através da DIGET/DEDIC.
A equipe de EA do Ibama passa a executar ações do PPA nos Programas Educação Ambiental e Amazônia Sustentável.Em 2002 foi criada a Coordenação Geral de Educação Ambiental - CGEAM na nova estrutura organizacional do Ibama, fruto da reforma institucional.
A equipe da CGEAM foi incumbida de elaborar o Projeto Político-Pedagógico para o Curso de Formação dos novos Analistas Ambientais (320h), nos termos do Edital do 1º Concurso Público do IBAMA5, sendo que a proposta não foi implementada nos termos previstos. Tem início a experiência com Gestão Participativa em Unidades de Conservação na APA de Jurubatiba/RJ.No ano de 2003 foram realizados dois Cursos - XVI e XVII - de Introdução à Educação no Processo de Gestão Ambiental para 80 novos Analistas Ambientais do Ibama.
No mesmo ano a CGEAM participou no curso de formação de novos Analistas do Ibama com o módulo "Fundamentos de Gestão Ambiental Pública", com duração de 40 horas/aula. Além desses eventos a Coordenação Geral de Educação Ambiental integrou a coordenação da Conferência Nacional de Meio Ambiente e os NEAs participaram na organização e na realização das Pré-Conferências Estaduais.Em 2004 foram realizadas oficinas de planejamento em 25 Estados, para Elaboração do Plano de Ação da CGEAM. Devido ao contingenciamento de recursos, os NEAs não puderam executar seus projetos.
Em 2005 foi publicado o Plano de Ação da Coordenação Geral de Educação Ambiental - Núcleos de Educação Ambiental das Gerências Executivas. Devido ao contingenciamento de recursos, o Plano de Ação não pôde ser executado.Em 2006 é criada a Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental - DISAM pelo Decreto 5.718/2006, da qual a CGEAM passou a fazer parte. A CGEAM participa do V Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental, em Joinville, Santa Catarina.Ao longo desse período houve vários cursos, eventos e publicações da Coordenação Geral de Educação Ambiental. Clique aqui para visualizá-los.

16 de maio de 2007

Movimento Amazônia Para Sempre


CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A
DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.

Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semi-abandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.

Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"

Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!

É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.

SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

7 de maio de 2007

Transporte e Ecologia

Crescimento: Transportes

Dentro da idéia de um Pacote Ecológico de Crescimento (PEC), que permitisse atingir os objetivos do PAC, mas sem os seus impactos ambientais negativos daquele, analisarei aqui a questão da infra-estrutura logística, particularmente o setor de transportes.
O governo pretende investir, pelo PAC, cerca de R$ 58,3 bilhões em estradas, ferrovias, portos e aeroportos. Destes, a maior parte, R$ 33,4 bilhões, será gasta com rodovias, enquanto que o montante reservado para as ferrovias é de apenas R$ 7,9 bilhões.
Dentre as ações mais controversas do ponto de vista ambiental está o asfaltamento das rodovias BR-163 (Cuiabá-Santarém) e BR-319 (Manaus – Porto Velho), além de mais algumas na região amazônica (BR-364 no Acre, BR-230, a transamazônica, no trecho paraense, e BR-156 no Amapá). Pois bem, há duas principais críticas a estas obras. Primeiro, no caso da BR-163, o objetivo principal deve ser o de escoamento da crescente produção de soja do Mato Grosso (parte de uma das fronteiras agrícolas mais ativas do país, a do arco sul da Amazônia), e possivelmente da também crescente pecuária na região. Estas, juntamente com a extração de madeira, são os principais agentes causadores de desmatamento na região. Com sua melhora, ela certamente induzirá à aceleração da expansão agropecuária no Mato Grosso.
Portanto, será um incentivo a mais para o desflorestamento por lá, bem como em outras áreas de influência da rodovia, como o que já vem ocorrendo na região de Santarém, próxima à calha do rio Amazonas, uma região até então livre da degradação nessa escala. Mas a cegueira neste ponto é tamanha que um dos objetivos do PAC é justamente "indução ao desenvolvimento em áreas de expansão de fronteira agrícola e mineral".
Sem comentários.
Segundo, já é mais do que sabido que estradas são indutoras de desmatamento por si sós. Ao fornecerem acesso fácil à floresta, começam a ser construídas estradas transversais à principal, a maior parte das vezes de forma clandestina, e, depois, transversais a estas e a figura que se vê do alto assemelha-se a uma "espinha de peixe", como é chamada esta forma de devastação à beira das estradas amazônicas.
É extremamente ingênuo (para dizer o mínimo) acreditar que os projetos de regularização fundiária e de áreas de manejo e concessão ao longo da rodovia conseguirão brecar a destruição (nem os parques e reservas indígenas são respeitados).
A ausência do Estado na imensa região, a promiscuidade de devastadores com as esferas municipais de poder (e por vezes estaduais), a péssima estrutura de fiscalização e o tradicional desrespeito à legislação em toda a região (e mesmo às formas básicas de ordenação social) são razões mais do que suficientes para este ceticismo.
No caso do asfaltamento da BR-163, que terá as piores conseqüências ambientais, há uma alternativa bem mais interessante: a ferrovia. Neste caso, poderia ser construída uma ferrovia que ligasse o centro e o norte do estado de Mato Grosso à ferrovia Norte-Sul, cujo andamento já está contemplado no PAC.
Desta, os produtos poderiam seguir por vários caminhos. Uma opção seria para o norte, para o porto de São Luís, uma vez que a ferrovia Norte-Sul será interligada com a E.F. Carajás, que une Marabá, no Pará, à cidade maranhense. Ainda para o Norte, os produtos poderiam seguir via fluvial até Belém, já que a integração da Norte-Sul com a Hidrovia do Tocantins também já está prevista no PAC. Pela mesma ferrovia, os produtos poderiam seguir para o sul, até Anápolis, em Goiás, e de lá, através de uma malha ferroviária já bastante razoável, atingir quaisquer dos portos da região Sudeste.
Por fim, já que o PAC prevê ainda uma ampliação de ferrovias para o interior do Nordeste, chegando até o centro-sul do Piauí, o escoamento poderia ser feito ainda pelo leste, por quaisquer dos principais portos da região Nordeste, com um ramal que interligasse a ferrovia Norte-Sul com as ferrovias nordestinas.
A opção pelos trens traria inúmeras vantagens. A primeira, econômica, reduzindo os custos de transporte. Há muito tempo que me chamou a atenção o fato de que os trens conseguem carregar muito mais carga por unidade de combustível (para transpor a mesma distância) do que os caminhões, sendo as hidrovias mais eficientes ainda. Desde esta época que eu não entendo por que então não se incentivavam mais os trens. Posteriormente, causou-me perplexidade o fato de que, nos últimos 40 ou 50 anos, na verdade, se deixou perder boa parte da malha ferroviária que tínhamos no Brasil (algo quase criminoso em um país pobre como o nosso), se parou de investir no setor ferroviário e o desenvolvimento dos transportes foi focado nas rodovias.
A segunda vantagem seria ambiental, pois evitaria a indução ao desmatamento ilegal e ao agronegócio destruidor (ressalte-se que a agricultura não tem que ser necessariamente nefasta, mas no Brasil ela acaba sendo, pela forma como é praticada e estimulada, mas este é assunto para o próximo artigo).
Um terceiro aspecto positivo, embora marginal, é que ambas as linhas poderiam ser utilizadas para transporte de passageiros e para promoção do turismo ambiental, dado o maior conforto que podem oferecer, o carisma de que os trens desfrutam no mundo todo e a melhor qualidade da paisagem quando vista de dentro deles, se comparada aos ônibus. E dentro da idéia de crescimento com menor agressão ao meio ambiente, seria extremamente interessante que se investisse mais em ferrovias em todo o país (exceto na Amazônia, onde também podem induzir a devastação), recuperando linhas desativadas e construindo novas, para, aos poucos, mudar nossa matriz logística de transporte de cargas de caminhões para trens. O ganho ambiental neste caso é de caráter mais global: menor consumo de combustível fóssil para obter-se o mesmo resultado.
E vou mais além. Poderia incentivar-se ainda o retorno do transporte ferroviário de passageiros (as empresas de ônibus que não me ouçam), por várias razões: economia global de combustível, potencial turístico, praticidade. E por aqui também o trem desfruta do carinho da população. Basta conversar sobre o assunto com alguém com mais de 45 anos para perceber a saudade dos tempos do trem. Ou ver o sucesso que as linhas turísticas desfrutam no Brasil. Ou ainda ver a luta aguerrida de inúmeras pessoas e entidades pela preservação da memória ferroviária (uma busca rápida na internet revelará diversos sítios extremamente interessantes). Ainda considerando-se o transporte de cargas, poderia haver investimentos no transporte fluvial, mas preferencialmente em bacias hidrográficas já bastante impactadas (e são várias), para que não se adicionem mais algumas à extensa lista. Mesmo aquelas mais preservadas, como na Amazônia e em partes do Pantanal, poderiam ser utilizadas, desde que seus limites fossem respeitados, o que significa a utilização de barcos de tamanho adequado e a não realização de obras que pudessem interferir fortemente nos ecossistemas locais (como ocorrerá com o Pantanal, que poderá ser imensamente afetado se se levar a cabo a idéia insana da hidrovia Paraná-Paraguai).
Rogério Grassetto Teixeira da Cunha, biólogo, é doutor em Comportamento Animal pela Universidade de Saint Andrews.

Salvar planeta custa US$ 862 bilhões, ou 2% do PIB mundial

Domingo, 6 de Maio de 2007
Salvar o planeta dos efeitos da mudança climática perigosa já tem um preço: cerca de 2% do PIB mundial (aproximadamente US$ 862 bilhões).
O número é do IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, que apresentou em Bancoc, Tailândia, a terceira e última parte de seu Quarto Relatório de Avaliação. O texto, cujo sumário executivo é dirigido aos formuladores de políticas públicas, trata da mitigação do efeito estufa.Embora não recomende aos governos que caminho tomar, o IPCC apresenta três futuros possíveis para a humanidade, na forma de três cenários de redução de emissões de gases de efeito estufa, em especial o dióxido de carbono (CO2).
No mais otimista, a concentração de CO2 na atmosfera é limitada a 450 ppm (partes por milhão) - o dobro do que havia no ar antes da Revolução Industrial. No mais pessimista, ela fica em 650 ppm."Se você mirar em uma estabilização de 450 ppm, você consegue evitar que a temperatura suba 2 ºC, o que causaria uma mudança climática perigosa. Mas vai ser um pouco mais caro: cerca de 2% do PIB mundial", disse à Folha Mohan Munasinghe, vice-presidente do IPCC.
"Para 550 ppm é menos de 1%, e para 650 ppm é algo desprezível [cerca de 0,2% do PIB]", disse o pesquisador. Este último cenário colocaria o planeta no rumo de um aumento de 4 ºC na temperatura em 2100, com os efeitos catastróficos decorrentes disso - secas, cheias, furacões e fome."Há tecnologias existentes e conhecidas para estabilizar em 450 ppm a 550 ppm, mas elas implicam em um custo significativo", disse Munasinghe.
"O que falta é vontade política. "Entre essas tecnologias, uma interessa especialmente ao Brasil: os biocombustíveis.Aqui, o IPCC traz uma boa notícia para o governo Lula e sua diplomacia. Somados, todos os biocombustíveis - em especial o etanol de cana - poderão ocupar de 3% a 10% da matriz do setor de transportes em 2030. Isso significa um potencial de reduzir até 1,5 bilhão de toneladas anuais de gás carbônico, e isso a menos de US$ 25 por tonelada cortada."Eles foram destacados no sumário executivo como uma das tecnologias de mitigação já disponíveis no mercado com os maiores potenciais de mitigação no setor de transporte", disse Suzana Kahn Ribeiro, professora da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora do capítulo de transportes do relatório.
Não só no setor de transportes: o IPCC também os considera uma boa alternativa para geração de energia e até mesmo no setor de florestas - com o álcool de celulose, um combustível de segunda geração produzido a partir de restos de madeira e serragem (ainda em escala piloto, fora do mercado).
Menção honrosaEsta é a segunda menção favorável do IPCC a estratégias de mitigação do clima propostas pelo Brasil. A outra foi o reconhecimento do potencial do setor florestal (e da redução do desmatamento, uma bandeira levantada pelo país) como ferramenta de mitigação que pode ser usada já a baixo custo.
O álcool de cana chega a merecer um destaque no texto do capítulo de transportes (fora do sumário executivo), que aponta suas vantagens comparativas em relação a outros tipos de etanol, como o de milho. A principal dessas vantagens é o chamado balanço energético, ou seja, a proporção de matéria-prima que vira combustível, mais favorável na cana."Tentei puxar a brasa para a nossa sardinha", confessa a pesquisadora da Coppe.
Síndrome de FidelO IPCC teve, no entanto, cuidado de não trombetear as maravilhas dos biocombustíveis no texto destinado aos tomadores de decisão, por duas razões.Primeiro, existe uma controvérsia em torno da chamada "síndrome de Fidel Castro", ou seja, a limitação da agricultura energética devido a uma competição com a agricultura para a produção de alimentos.
"Isso já é um fato com o milho e alimentos derivados de milho nos EUA e México. Assim, por não haver consenso a respeito, pouco pode ser afirmado, principalmente no sumário executivo", diz Ribeiro.A outra é a absoluta falta de dados sobre o potencial de expansão dos biocombustíveis. Ribeiro diz que no Brasil, que é um dos maiores produtores de cana, há apenas "um ou dois" estudos demonstrando a potencialidade de expansão da produção de álcool.
Setores inteiros, como o de transporte público e veículos pesados, acabaram ficando de fora da análise também por falta de referências científicas. Pode ser até que o real potencial do álcool e do biodiesel esteja subestimado."Não temos como fundamentar cientificamente", afirma a pesquisadora brasileira. (Fonte: Cláudio Ângelo / Folha de S.Paulo

6 de maio de 2007

EUA querem que Brasil assine tratado de preservação flores

30/04/2007 - 14h35
BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil, em Nova York
A subsecretaria de Estado americana, Paula Dobriansky, pediu que o Brasil assine com os Estados Unidos tratado de conservação de florestas tropicais.
O projeto foi criado pelo governo americano em 1998 e oferece a países em desenvolvimento o perdão de dívidas com os Estados Unidos e a geração de fundos para preservação ambiental.O programa é implantado por meio de acordos bilaterais. Entre as nações latino-americanas que já assinaram o tratado estão Peru, Colômbia, Paraguai e Panamá.
O pedido da subsecretária foi feito durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável realizado nesta segunda-feira em Nova York. O evento conta com a presença dos ex-presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush, pai do atual líder americano.O Fórum foi realizado pela ONG Associação das Nações Unidas-Brasil e contou com a presença de inúmeros políticos brasileiros, entre eles o senador e ex-presidente José Sarney, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.BiocombustíveisDe acordo com Departamento de Estado, o tratado de conservação de florestas tropicais é capaz de gerar até US$ 60 milhões (cerca de R$ 120 milhões) em iniciativas voltadas para a preservação ambiental.
"Esperamos que o Brasil se junte a nós e assine o tratado", afirmou a subsecretária.
"Com isso é possível aliviar a dívida com os Estados Unidos e investir em recursos para preservação de florestas e espécies de animais.
"A subsecretária disse ainda ser preciso tomar uma série de medidas para ampliar o uso mundial de biocombustíveis.
Segundo Dobriansky, "os elementos-chave são redução dos custos de produção dos biocombustíveis, as demandas pelo uso da terra e as pressões no preço das rações para animais.
"Os Estados Unidos vêm enfrentando uma elevação do preço do milho e nos valores de terras cultiváveis devido à produção de etanol.
A versão americana do biocombustível é produzida a partir do milho. Com a crescente demanda pelo cereal, aumentou também a quantidade de terras necessárias para cultivar milho.

IPCC mostra caminho para contornar a crise climática

05/05/2007 - 09h38
CLAUDIO ANGELO
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Bancoc
O mundo pode combater a mudança climática com as tecnologias existentes hoje, mas evitar seus piores efeitos exigirá uma ação imediata e custará até 2030 pouco menos de 3% do PIB mundial.
A conclusão é do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), que lançou ontem em Bancoc, Tailândia, o sumário executivo da terceira parte de seu Quarto Relatório de Avaliação, o AR4.
O documento de 35 páginas, intitulado "Mitigação da Mudança Climática", é endereçado aos formuladores de políticas públicas ("policymakers"). Ele lista as principais soluções para o problema de como reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, em especial o gás carbônico (CO2).Com ele, o IPCC encerra a mais completa radiografia já feita do maior problema ambiental da história.
"Agora os líderes mundiais já têm a ciência do aquecimento global [a primeira parte do AR4], conhecem seus impactos [a segunda parte] e sabem como atacar a questão", disse à Folha Gavin Edwards, coordenador de Clima e Energia da organização ambientalista Greenpeace. "Só falta agir."E agir rápido. De 1970 até 2004, mostra o relatório, as emissões dos gases que aprisionam o calor da Terra na atmosfera subiram 70%. Se nada for feito, em 2030 elas tendem a crescer de 25% a 90% em relação a 2000.
"O mundo definitivamente está no caminho do aquecimento", disse ontem o presidente do IPCC, o indiano Rajendra Pachauri, no lançamento do relatório. "Se continuarmos a fazer o que estamos fazendo, teremos problemas sérios", completou o co-coodenador do Grupo de Trabalho 3, Ogunlade Davidson, que liderou a produção do sumário.
Por "problemas sérios" entenda-se aquilo que os cientistas chamam de "interferência perigosa" do homem no clima da Terra. Ela é expressa por um aquecimento em 2100 superior a 2 ºC acima da média pré-industrial, o que teria efeitos catastróficos sobre ecossistemas e ainda nas sociedades.
Colocar o sistema climático dentro de um limite seguro de temperatura implicaria estabilizar as concentrações de CO2 na atmosfera em cerca de 450 partes por milhão --o dobro dos níveis pré-industriais-- , afirma o IPCC. Para isso, os governos do mundo inteiro precisariam reduzir as emissões em 50% a 85% em 2050.
Para que isso aconteça, será necessário que as emissões globais atinjam seu pico e comecem a declinar logo: no ano de 2015. "Como o carbono que emitimos perdura na atmosfera, é preciso fechar a torneira antes que a banheira transborde", disse o outro coordenador do relatório, Bert Metz.Se o pico for adiado, o custo de trazer a curva para baixo aumentará muito. É preciso aproveitar, portanto, enquanto a humanidade aparentemente pode pagar a mitigação. "Isso vai ser um esforço hercúleo", pondera Branca Bastos Americano, do Ministério da Ciência e Tecnologia, membro da delegação brasileira na reunião do IPCC em Bancoc.
Kyoto aceleradoQuando expirar, em 2012, Kyoto terá conseguido reduzir, no máximo, 5,2% das emissões dos países industrializados (menos Austrália e EUA) em relação a 1990. Um eventual substituto do protocolo teria de cumprir muito mais em apenas sete anos, contando com uma barreira adicional: mais de 60% do crescimento das emissões até 2030 virá de países pobres.
A boa notícia é que as soluções estão ao alcance da mão. As diversas opções incluem carros e eletrodomésticos econômicos, o uso de biocombustíveis, a energia nuclear e a redução do desmatamento. O pacote todo pode cortar até 63% das emissões a um custo razoável (até US$ 100 por tonelada de CO2 abatida). A custo zero, é possível cortar 7 bilhões de toneladas (quase o que a humanidade emite por ano hoje)
No Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que quer terminar o plano nacional de enfrentamento da crise do clima em 90 dias. "Já há várias ações em curso. Não vamos começar do zero."Já o ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) destacou a menção que o IPCC fez à energia nuclear como potencial "limpo". "A resistência a ela vem de alguns ambientalistas pouco esclarecidos", disse.

Defendas as Baleias

http://www.whales.greenpeace.org/br Clique aqui e ajude-nos a defender as baleias

WWF-Brasil

http://www.wwf.org.br Clique aqui e descubra como a WWF-Brasil cuida do ambiente onde o bicho vive. O Bicho-homem