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24 de maio de 2007

PRIMEIRA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NO ABC

PRIMEIRA POLUIÇÃO INDUSTRIAL NO ABC
As primeiras indústrias poluidoras do Grande ABC se instalaram em São Caetano. A primeira foi a fábrica de formicida Paulista, fundada em 1890, que ficava na atual avenida Goiás, antiga rua da Formicida. O cheiro que saia dessa fábrica era tão forte que o próprio produto tóxico por ela produzido deu o nome à rua, onde ela ficava.
Em 1896, instala-se em São Caetano, vinda de São Paulo, uma fábrica de sabão, óleo e graxas. Era a Pamplona que em 1918 seria adquirida por Francisco Matarazzo. Essa indústria progrediu muito e diversificou a sua produção, tornando-se em poucos anos a maior poluidora do ABC. O símbolo da Matarazzo, por ironia, é exatamente uma série de 16 chaminés, soltando fumaça ao mesmo tempo. Chaminé e fumaça, ainda num passado recente, eram sinônimos de progresso, infelizmente.
A Matarazzo de São Caetano que funcionou no bairro da Fundação, era tão poluidora que o primeiro caso de morte por contaminação no trabalho reconhecido pela justiça brasileira foi de um trabalhador dessa indústria. Em 7 de abril de 1984, o operário Pedro Mangueira Filho morreu após ter respirado durante anos o benzeno em seu local de trabalho na Matarazzo.
Para se ter uma idéia de como essa indústria poluía, era o fato de que todos os passageiros de trem, sabiam de olhos vendados quando o trem parava na estação de São Caetano. O cheiro de BHC (Hexaclobenzeno) era terrível. Esse pó cancerígeno foi produzido pela Matarazzo durante décadas e mesmo após o fechamento da indústria há anos, o cheiro no local continua, devido a contaminação do solo local. Outro fator agravante é o fato de que o BHC que se infiltrou no solo acabou por contaminar o córrego dos Meninos e conseqüentemente, o rio Tamanduateí e como as águas desses rios, através do rio Tietê, vão parar na represa Billings, desviadas pelo canal de Pinheiros, seguramente a Matarazzo contribuiu e muito para com a degradação desse manancial, que além de fornecer água para o ABC, ainda fornece água para a baixada santista.
Outro crime ambiental cometido pela Matarazzo, entre tantos, foi o de ter depositado parte de suas terras contaminadas num terreno de vila Metalúrgica, em Santo André, de propriedade da fábrica de balas Juquinha. Nesse local os lençóis freáticos já estão seriamente comprometidos e segundo informações, caso a terra do local não seja removida e incinerada, o cheiro do BHC perdurará até por volta do ano 2010.
O trecho contaminado pela Matarazzo, onde o ribeirão dos Meninos deságua no rio Tamanduateí, já foi fonte de vida, como nos conta o historiador de São Caetano, Manoel C1áudio Novaes, em seu livro, Nostalgia: -"Nas proximidades da olaria (onde se instalaria a Matarazzo), no trecho em que o rio dos Meninos era conhecido como o rio das Cavanas, que Isaias exerceu o seu mister de pescador, com tirocínio desenvolvido pela milenar experiência italiana... mergulhado até a cintura, armava suas redes no piscoso rio de águas límpidas e murmurantes. De manhã recolhia as redes prenhes de peixes como bagres, traíras, piabas e lambaris. Vez por outra uma capivara se enroscava nas redes e então os vizinhos acorriam à casa do Isaias Previato na busca de um bom pedaço de carne desse roedor."
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